A Agência FAPESP informa que o consumo moderado de vinho tinto ajuda a regenerar em poucas semanas a microbiota intestinal, cujo papel na prevenção das doenças cardiovasculares é cada vez mais reconhecido pela ciência. Microbiota pode ser entendido como o grupo de microrganismos que vive em determinado ambiente.
Vivaldo José Breternitz (*)
Segundo a agência, um estudo publicado pelo The American Journal of Clinical Nutrition, chegou a essa conclusão em função de trabalhos realizados por pesquisadores de diversas universidades, dentre elas Unicamp, USP e Harvard.
Os testes foram realizados com um grupo de homens com idade média de 60 anos, que beberam vinho produzido com uvas Merlot durante três semanas.
Os pesquisadores observaram que a microbiota intestinal sofreu remodelação significativa após um período contínuo de consumo da bebida, o que facilitou a presença de microrganismos fundamentais para o funcionamento normal do organismo.
Também foram observadas mudanças significativas no equilíbrio das moléculas oxidantes e antioxidantes, evitando o chamado “estresse oxidativo”, que induz a doenças como a aterosclerose.
No entanto, os pesquisadores alertam que o consumo excessivo de álcool, isto é, mais do que 30 gramas (no caso do vinho, 250 ml) por dia, é maléfico e está associado a aumentos na mortalidade por cânceres, acidentes e violência.
Brindemos, portanto – mas com moderação.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.