O ChatGPT, inteligência artificial capaz de criar textos que respondem a perguntas feitas por usuários, vem dominando o noticiário da área de tecnologia da informação.
Vivaldo José Breternitz (*)
Agora, a Baidu, gigante chinesa dessa área, diz que pretende lançar uma inteligência artificial semelhante ao ChatGPT, diz a Bloomberg.
O ChatGPT, desenvolvido pela OpenAI, pode ser definido como uma inteligência artificial que responde a perguntas complexas feitas em linguagem natural. Suas respostas, assemelham-se às dadas em uma conversa entre pessoas; certamente ela será utilizada de muitas formas em diversos ambientes, embora nesse momento prevaleçam preocupações com seu uso para fraudar trabalhos escolares e similares e também com a possibilidade de geração de respostas com erros.
A Baidu trabalha há anos no desenvolvimento de um sistema semelhante, que vem sendo chamado Ernie e que tem um grande mercado potencial, especialmente porque a ditadura chinesa não permite o uso do ChatGPT no país.
Ernie trabalhará com os idiomas chinês e inglês, e vem sendo alimentado – treinado, como se diz no ambiente de inteligência artificial – usando fontes como Wikipedia, BookCorpus, Reddit e produtos Baidu, como Baidu Baike e Baidu News, a fim de torná-lo o mais útil possível para seus usuários. Obviamente, a empresa fará com que a Ernie trabalhe de acordo com as regras que regulamentam a censura na China.
Desde a sua estreia, o ChatGPT tem gerado muito ruído na mídia, também devido às suas potenciais capacidades e oportunidades de negócios. Algumas empresas temem ficar para trás na caso não o adotem – consta que o Google já “acionou o botão de pânico”, preocupado com a possibilidade de a Microsoft, que vem investindo na OpenAI, conectar o ChatGPT ao Bing, o que viria revolucionar o mercado de mecanismos de busca na internet, hoje dominado pelo Google Chrome.
O presidente-executivo da Baidu, Robin Li, disse que o ChatGPT, o Ernie e outras tecnologias de conversação via inteligência artificial mudarão o mundo dos negócios. É oportuno lembrar que, apenas há alguns meses, dizia-se o mesmo a respeito do metaverso, que agora parece estar numa fase de hibernação, ou, pelo menos de menor “hype”.
(*) É doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.
