A Arizona State University (ASU) e a OpenAI anunciaram um acordo pelo qual os professores e estudantes da universidade terão acesso irrestrito ao ChatGPT Enterprise.
Vivaldo José Breternitz (*)
É o primeiro acordo desse tipo firmado pela OpenAI, depois que, no ano passado, muitas escolas restringiram e até mesmo proibiram o uso de ferramentas de inteligência artificial (IA), preocupadas com plágio e desinformação.
O ChatGPT Enterprise foi lançado em agosto e é a ferramenta premium da empresa, que permite que seus assinantes utilizem o modelo de IA generativa mais avançado, o GPT-4, sem quaisquer limitações, com velocidade duas vezes maior que a da versão básica e que permite também que desenvolvedores incorporem o modelo em suas próprias aplicações.
Em um comunicado conjunto, as duas organizações enfatizaram que todos os dados fornecidos pela comunidade universitária serão “privados e seguros” e que as informações não serão usadas pela OpenAI para treinar seus modelos. A ASU agora está convidando membros do corpo docente e funcionários a propor formas para uso do GPT-4 no processo de ensino e pesquisa.
Lev Gonick, CIO da ASU, disse que o objetivo é “desenvolver projetos impulsionados por IA com o intuito de revolucionar técnicas educacionais, auxiliar pesquisas acadêmicas e aumentar a eficiência administrativa”.
Gonick afirmou também que a ASU vem planejando essa colaboração há pelo menos seis meses, embora professores e funcionários da universidade anteriormente já estivessem experimentando o ChatGPT e outras ferramentas de IA generativa semelhantes.
O COO da OpenAI, Brad Lightcap, afirmou que a aprendizagem é uma das principais razões pelas quais as pessoas utilizam o ChatGPT, razão pela qual faz sentido levá-lo oficialmente para o ambiente acadêmico e que “estamos ansiosos para aprender com a ASU e trabalhar para expandir o impacto do ChatGPT no ensino superior.”
Enquanto isso, aqui no Brasil, seguimos com boa parte de nossos alunos em cursos não presenciais, verdadeiras arapucas que só beneficiam os donos das chamadas pejorativamente “uniesquinas”.
Esses alunos são pouco empregáveis na atualidade e certamente terão dificuldades ainda maiores com o aumento da utilização de inteligência artificial pelas organizações.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].