O FBI relata que os americanos que denunciaram terem sido vítimas de crimes via internet perderam US$ 10,3 bilhões em 2022, um aumento acentuado em relação aos US$ 6,9 bilhões de 2021.
Vivaldo José Breternitz (*)
O número de denúncias foi próximo a 800 mil, menor que o de 2021, embora o valor médio tenha aumentado. Um grande número de casos envolveu crimes ligados a investimentos, que geraram perdas ao redor de US$ 3,3 bilhões, contra US$ 1,5 bilhões em 2021.
Ainda na área financeira, foram comuns golpes envolvendo investimentos em criptomoedas, cujo valor aproximadamente triplicou, saltando de US$ 907 milhões para quase US$ 2,6 bilhões em 2022.
Mas houve algumas melhoras no cenário: as denúncias de ransomware caíram para 2.385 contra 3.729 de 2021, gerando perdas relativamente modestas, da ordem de US$ 34 milhões. Ransomware é um tipo de software utilizado por criminosos, que criptografa os dados armazenados no computador da vítima, que só poderá voltar a acessá-los mediante o pagamento de um resgate.
O phishing foi o tipo de golpe mais comum, com mais de 300 mil denúncias e danos da ordem de US$ 52 milhões. Chamamos phishing o ato de enganar as pessoas para que compartilhem informações como senhas e número de cartões de crédito, que permitem aos criminosos fazerem compras que acabarão pagas pelas vítimas.
O FBI adverte que esses números não representam a totalidade dos golpes aplicados, pois muitas vítimas não fazem denúncias, o que seria importante para que as autoridades pudessem analisar tendências e traçar estratégias para combater o crime.
Lembremos que também no Brasil, as polícias recomendam que todos os crimes, mesmo os que geram prejuízos de pouca monta, sejam denunciados, como forma de dar a elas ferramentas para prevenção dos mesmos.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.
