Vivaldo José Breternitz (*)
As ações da Amazon subiram mais de 11% após a divulgação de seus resultados do primeiro trimestre deste ano. Os bons números devem-se principalmente aos ganhos obtidos com o fornecimento de serviços de computação na nuvem e publicidade.
A gigante do comércio eletrônico, que está fazendo cortes agressivos de custos, incluindo a demissão de 27 mil trabalhadores, disse que a receita do trimestre foi de US$ 127,4 bilhões, um crescimento de 9% em comparação com os US$ 116,4 bilhões registrados no mesmo período do ano passado. Essas receitas geraram lucros de US$ 3,17 bilhões, acima dos US$ 2,24 bilhões esperados pelos analistas do setor.
Apesar de superar as expectativas, a Amazon disse que sua unidade de serviços de computação na nuvem, a AWS, que foi a pioneira nesse mercado, iniciando suas operações há mais de 15 anos e mantém uma liderança nesse mercado, cresceu 16% durante o primeiro trimestre, bem menos que os 37% registrados no primeiro trimestre de 2022.
Em termos de varejo online, os lucros da Amazon não cresceram, segundo ela porque os consumidores estão comprando menos, preocupados com o ambiente econômico e porque, com o final da pandemia, muitos deles voltaram às lojas físicas.
Procurando se ajustar ao ambiente pós pandemia, a Amazon já cancelou alguns planos de expansão de armazéns; também planeja interromper a construção da segunda fase de sua mega sede no estado da Virgínia e fechará algumas de suas lojas de conveniência Amazon Fresh and Go, bem como interromperá a expansão de seus negócios na área de supermercados.
Mas a empresa também disse que planeja expandir-se para outras áreas, incluindo saúde, inteligência artificial generativa e dar seguimento ao Kuiper, um projeto de banda larga via satélite que a empresa lançou em 2020 e que concorrerá com o SpaceX, da Tesla.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.