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Amazon avança seu Project Kuiper

em Tecnologia
quarta-feira, 02 de agosto de 2023

O Project Kuiper, da Amazon, pretende ser um concorrente do Starlink, da SpaceX de Elon Musk, que fornece serviços de comunicações via internet utilizando uma constelação de satélites.

Vivaldo José Breternitz (*)

A Amazon anunciou a instalação de uma unidade onde serão acabados os seus satélites, na qual serão investidos US$ 120 milhões; a unidade situa-se na área do Kennedy Space Center, na Flórida.

A empresa disse estar planejando lançar seus primeiros satélites “nos próximos meses”, iniciando os testes de seus serviços no começo de 2024.

Como o Starlink, o Project Kuiper visa fornecer banda larga via satélite a áreas não atendidas ou mal atendidas pelas opções tradicionais de internet e comunicações; teve início em 2018 e prevê a criação de uma constelação formada por 3.236 satélites.

O Project Kuiper deverá ter um relacionamento muito próximo com a Blue Origin, empresa fundada pelo criador da Amazon, Jeff Bezos e que visa tornar o acesso ao espaço mais barato e mais confiável por meio de foguetes lançadores reutilizáveis.

A Amazon ainda não tornou público o preço de seu serviço, mas enfatiza que, além da velocidade, os custos acessíveis são um princípio fundamental do Project Kuiper e que pretende oferecer vários níveis de velocidade/preço.
Os satélites serão montados em uma nova fábrica situada em Kirkland, estado de Washington que entrará em operação no final deste ano. Após a montagem, os satélites serão enviados à nova instalação da Flórida, para os ajustes finais que antecedem aos lançamentos, que serão feitos por foguetes da Blue Origin, Arianespace e United Launch Alliance, a maior parte dos quais partirá de Cabo Canaveral, também na Flórida.

O Project Kuiper deve ser um grande concorrente para o Starlink, serviço que já conta com cerca de 4 mil satélites em operação, número que a SpaceX pretende elevar para 30 mil nos próximos anos.

É importante registrar que apenas a quantidade de satélites não define a capacidade de uma constelação, pois outros fatores, como a altitude em que orbitam e suas características técnicas também devem ser levadas em conta.

(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.