A Intel comunicou aos seus clientes que, no final deste ano, aumentará os preços da maioria dos processadores e chips que fabrica em até 20%.
Vivaldo José Breternitz (*)
Isso certamente significará aumentos de preços em equipamentos de informática, de laptops a servidores, numa época em que as vendas desses produtos estão caindo. Segundo a Intel, esses preços serão elevados em função das pressões inflacionárias que vem enfrentando.
Com o COVID-19 mantendo as pessoas trabalhando em casa, as vendas de PCs e outros equipamentos do tipo dispararam em 2020-21. Isso, em termos práticos, foi uma bolha que agora estourou, fazendo com que clientes da Intel, como Acer, ASUS e outros tenham alertado a empresa para a desaceleração das vendas que está chegando.
O presidente da Acer, Jason Chen, observou que sua empresa não está mais vendo falta de chips no mercado, inclusive com alguns CEOs de fornecedores de chips procurando-o para oferecer seus produtos.
A TSMC, empresa taiwanesa rival da Intel já havia anunciado aumento de preços a partir do próximo ano; esses aumentos, segundo a empresa, seriam menores que 10%. Como a TMSC também fornece chips para grandes empresas, como a fabricante de processadores AMD, por exemplo, os consumidores provavelmente não encontrarão tanto alívio em termos de preços trocando de fornecedor.
Alguns fabricantes de equipamentos estão começando a acumular estoques, o que pode significar aumentos menores no curto prazo. No entanto, as perspectivas de longo prazo são menos claras – a Samsung, por exemplo, determinou aos seus fornecedores que suspendessem o envio de peças usadas nos PCs, TVs e outros dispositivos que fabrica.
Vivemos tempos em que cautela é muito necessária, quer no nível empresarial, quer no nível pessoal.
(*) Vivaldo José Breternitz, Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.