Quem se planeja para o cortejo de blocos de rua que fecha o mês do carnaval precisa estar atento aos roubos e furtos de celulares. De acordo com dados da Polícia Militar (PM) de São Paulo, foram registrados 3 mil boletins de ocorrência por roubo de aparelhos no Estado. Menos da metade foi recuperada e devolvida aos donos. Segundo o diretor de Red Team da Cipher, Alexandre Armellini, se antes os aparelhos eram o alvo das ações, hoje os crimes são voltados a se obter acesso a dados pessoais e a aplicativos financeiros das vítimas.
“Antigamente, os smatphones eram reformatados e vendidos no mercado negro, agora eles são entregues a hackers capazes de invadir contas bancárias para efetuar transferências de dinheiro, ou interessados em utilizar listas de contatos em redes sociais e aplicativos de mensagens para aplicar golpes financeiros por meio de engenharia social (estratégia para enganar vítimas e induzi-las ao erro)”, informa. Segundo Armellini, também há bandidos especializados em utilizar o chip roubado para minerar criptomoedas, ou até mesmo jogar online com os dados do proprietário do telefone. “Na pior das hipóteses, o usuário pode ter dados sequestrados e ser chantageado para obter de volta suas informações pessoais ou sensíveis”, alerta.
O especialista recomenda que, além dos cuidados básicos para proteção física do smartphone, o folião deve utilizar outras medidas preventivas, como ter um segundo aparelho, o tal do “celular do ladrão”. “Uma boa alternativa é sair com um dispositivo reserva, com credenciais e senhas diferentes do telefone que contém as aplicações críticas. Se precisar de um aplicativo financeiro para pagamentos instantâneos, utilize uma conta com o menor saldo possível e diminua os limites do PIX. No caso de aplicativos de mobilidade, evite deixar números de cartão de crédito cadastrados, ou prefira um cartão virtual de expiração breve. Outra dica é a utilização do eSim em vez do chip físico, que pode ser retirado, instalado e utilizado em outro aparelho”, indica.
Mas se não for possível ter um segundo telefone, Armellini aconselha aos usuários tomarem as seguintes precauções:
- Autenticação em dois fatores – A maioria dos aplicativos oferece a dupla autenticação, mas, cuidado, se a segunda chave de acesso for o número do celular roubado, o código será enviado ao aparelho que está nas mãos do bandido. Prefira a biometria, ou um número alternativo.
- Pastas seguras – Mantenha os aplicativos importantes, especialmente os financeiros, em pastas protegidas por senhas. Alguns aparelhos já permitem o uso de biometria para desbloqueio dessas pastas, dificultando a abertura dos aplicativos protegidos. Outra possibilidade é desinstalar temporariamente essas aplicações.
- Notificações na tela – Por meio de notificações é possível um criminoso ter acesso a informações na tela, mesmo se estiver bloqueada, como a chegada de um e-mail com código de segurança para a recuperação de contas. O ideal é desabilitar todas as notificações de aplicações de banco, operadoras e mensagens instantâneas.
- E-mail de verificação – Desabilite o e-mail de verificação de senhas, impedindo que o bandido possa solicitar alteração das mesmas e alterar o acesso aos aplicativos e até mesmo ao equipamento.
- Backup – Tenha uma cópia dos seus dados e aplicações em outro telefone ou na nuvem (tanto o Android como o IOS oferecem soluções de nuvem aos usuários). Além disso, boa parte dos fabricantes de celulares dispõem de nuvens próprias estendidas aos proprietários dos dispositivos, para recuperar seus dados caso o celular seja roubado ou furtado.