Os líderes dos 27 países remanescentes na União Europeia deram ontem (17) seu aval unânime ao novo acordo sobre a saída do Reino Unido do bloco. A decisão foi tomada durante uma reunião do Conselho Europeu, principal órgão político da UE, em Bruxelas, horas depois de o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, ter anunciado um novo tratado.
Ssegundo o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, trata-se de um compromisso “justo e equilibrado” para os dois lados.
“Onde tem vontade tem acordo, e nós temos um”, disse o chefe do poder Executivo da UE. Já Johnson afirmou que o Parlamento precisa aprovar o tratado para que o país “possa seguir em frente e focar em outras prioridades, como custo de vida, saúde, criminalidade e meio ambiente”.
De acordo com o negociador-chefe da UE, Michel Barnier, o texto mantém boa parte do que foi apresentado no ano passado, mas com elementos novos sobre a ilha da Irlanda e sobre a declaração política. “A paciência é uma virtude, e o Brexit é uma escola de paciência. Encontramos um acordo sobre a saída ordenada e sobre nossas relações futuras”, ressaltou. Apesar disso, a etapa mais difícil está marcada para amanhã (19), quando o Parlamento britânico votará o novo texto.
O texto mantém o Reino Unido sob regras europeias até o fim de 2020, com possibilidade de prorrogação desse prazo para eventuais ajustes. Após a transição, a ilha da Grã-Bretanha sairá da UE e da união aduaneira, mas a Irlanda do Norte terá uma espécie de status duplo. Por um lado, Belfast permanecerá no território aduaneiro do Reino Unido e será incluída em qualquer futuro acordo comercial fechado por Londres. Por outro, será um ponto de entrada para a zona aduaneira europeia (ANSA).