Pesquisa feita em 2019, para avaliar as condições das calçadas mantidas diretamente pelo poder público, revelou que nenhuma das 27 capitais brasileiras conseguiu chegar à média mínima aceitável de oito pontos numa escala de zero a dez. Mesmo as médias mais altas ficaram ainda abaixo de sete. Os dados foram apresentados pela arquiteta Marília Hildebrand, representante do Portal Mobilize, em audiência pública da Subcomissão Temporária sobre Mobilidade Urbana, ligada à Comissão de Direitos Humanos do Senado.
A Campanha Calçadas do Brasil 2019 é uma iniciativa de organizações que lutam para melhorar a “caminhabilidade” nas cidades brasileiras. A lista de problemas encontrados é extensa e vai desde buracos à ocupação indevida de espaços. As ações de concessionárias de energia elétrica, comunicações e saneamento, que destroem e não recompõem os pavimentos também foram notadas.
Os resultados mostram que todas as capitais ficaram entre ruim e regular. A nota mais alta, obtida por São Paulo, foi 6,93, que não chega a ser uma nota boa. Belém, que ficou na pior posição, obteve 4,52. A média nacional ficou em 5,71. Ou seja, nem a capital paulista, que ficou em primeiro, teve uma nota aceitável — analisou Marília Hildebrand.
Ela disse ainda que cultura da mobilidade voltada somente ao carro penaliza as calçadas em diversos aspectos. “Se o poder público não se adapta aos critérios mínimos, como esperar que o morador cuide adequadamente de sua calçada?”, indagou (Ag.Senado).