Que papel você quer viver? 2

em Dulce Magalhães
terça-feira, 16 de dezembro de 2014
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O mundo, desde o lendário Big Bang, nunca cessou seu movimento. É um contínuo fluxo de expansão e, acreditam alguns cientistas, retração. Não há nada parado no Universo. Assim também ocorre conosco. Não podemos ficar parados em uma situação, ideia ou método, correndo o risco de sermos atropelados pelo movimento contínuo que a mudança produz

Num mundo em constante movimento ou você está indo em frente, ou está ficando para trás. Mesmo que seja nosso desejo, não é possível ficar parado no mesmo lugar, fazendo a mesma coisa. Imagine uma pessoa parada numa estação de trem. Há um trem que parte rumo ao futuro. Para a pessoa que ficou parada na estação, a sensação é de que ela ficou no mesmo lugar. Entretanto para as pessoas embarcadas naquele trem, aquela pessoa está ficando para trás. Ou você embarca no trem, ou vai ficar para trás.

Se você não avança em sua rotina de vida. Não se aperfeiçoa, não estuda, não muda métodos e hábitos, você até pode imaginar que esta mantendo uma situação, mas se existe alguém em algum lugar, que esteja aprendendo, se desenvolvendo e crescendo, essa pessoa é a referência e está lhe deixando para trás.

Não há como escapar da mudança, ela está por toda parte, dentro e fora de nós. E, apesar de todos os nossos esforços, só há dois papéis a serem exercidos na mudança: o de agente ou o de vítima. Como agente de mudança, você tem a responsabilidade de aprender a lidar com o novo, de enfrentar os desafios, de elaborar as soluções. O agente de mudanças não tem as respostas prontas, mas não se intimida, nem esmorece, para encontrá-las. Agir, arriscar, testar, errar, acertar, recomeçar, esses são os verbos daqueles que buscam seu espaço num mundo em constante movimento. Em compensação, é o agente de mudanças que pode aproveitar a jornada, que percebe e aproveita as oportunidades, que cria a própria realidade.

Como dá muito trabalho, e é por vezes estressante viver o papel de agente, algumas vezes nos acomodamos no papel de vítima da mudança. Nos sentimos atropelados pelo ritmo das coisas, parece que o mundo se volta contra nós. Passamos a responsabilidade dos resultados de nossa vida para as mãos de outros e encontramos culpados para tudo o que não estamos alcançando. O governo, a família, a escola, a sociedade, enfim tudo serve de justificativa para os sonhos não realizados. Encontramos vilões onde projetamos nossa angústia, nosso desalento e nossa frustração.

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Dulce Magalhães
Filósofa, Educadora, Pesquisadora, Escritora e Palestrante. www.dulcemagalhaes.com.br

É tão fácil ser vítima quanto agente, é apenas uma questão de decisão. É evidente que há fatos que atropelam nossa existência, porém como afirmava o filósofo Sócrates, a realidade não é formada por fatos e sim por crenças. E o que é uma crença? É a versão que a gente dá aos fatos. Não é o fato em si, mas a forma como reagimos a eles. Ao termos essa percepção, já estamos assumindo uma nova posição no mundo. Na medida que atuamos na mudança de nossa visão da realidade, revisamos nossas crenças e alteramos nosso comportamento, estamos escrevendo uma história diferente para nossa própria existência. E é sempre muito útil refletir que história estamos escrevendo. Se sentir autor de sua própria vida, transfere o poder do externo (governo, família, empresa) para o interno, onde o indivíduo passa a ser um agente eficaz das mudanças que quer ocorrendo em seu dia a dia.

É, seguramente, muito fácil, frente a algumas situações aparentemente injustas, como salários aviltantes, desprezo social, discriminação, debilidade física, ou até um simples semáforo fechado, nos recolhermos em nossa posição de vítimas e considerarmos que o mundo se volta contra nós. Todavia, não importa quais sejam as situações que se apresentem você é capaz de encontrar uma solução. Para todos os desafios que vivemos hoje há uma resposta pronta em nós. O que precisamos é buscar essa resposta com afinco, coragem e perseverança.

Quando pensamos em problemas vividos e superados em nosso passado, nos damos conta de que naquele momento o problema parecia maior do que nós mesmos, mas olhando em retrospectiva podemos perceber que ao superarmos a situação passamos a colocar o problema em sua verdadeira dimensão: um estágio para um novo patamar de vida, onde nos tornamos mais fortes, mais confiantes e mais capazes. Esse é o único objetivo dos problemas, nos empurrar para uma situação de progresso. A próxima vez que você tiver que encarar um problema se pergunte: o que eu preciso aprender com isso? Na resposta está sua maior oportunidade de vida.

Aproveitamos esse espaço para desejar uma excelente passagem de ano, nós da Reencantando agradecemos a companhia, teremos um breve intervalo até dia 12 de janeiro, quando retornaremos com as energias renovadas. Enquanto isso você pode nos escrever pelo e-mail: [email protected].

Rebeca Toyama

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Coordenação: Lilian Mancuso e Rebeca Toyama