Um mestre aonde não se espera

em Beth Navarro
terça-feira, 17 de junho de 2014
beth navarro

Recentemente tive a oportunidade de acompanhar uma dinâmica de grupo de jovens talentos na área de TI, na fase final do processo de seleção

Minha posição foi privilegiada, pois como mera observadora não atuei na seleção propriamente dita.

Neste dia seria escolhido o candidato que preencheria a vaga. Foi absolutamente fantástico olhar aqueles jovens empenhando-se ao máximo na conquista de um espaço de trabalho onde pudessem mostrar o que sabem.

Vi mãos suando, mãos tremendo, falas com tons ansiosos, falas calmas.

Percebi atitudes assertivas, atitudes agressivas, atitudes passivas.

Observei posturas solidárias, posturas egoístas, posturas narcisistas.

Ouvi opiniões refratárias, opiniões maduras, opiniões absolutamente infantilizadas, opiniões em franca formação.

Percebi verdades, “vacilos”, até pequenas “mentirinhas” querendo se passar por verdades, ditas apenas para “sair bonito na foto” ou ser politicamente correto…

O comum ao grupo, é que todos tinham a ânsia produtiva da juventude, e cada um usou isso de sua maneira bem particular.
Claro, só um foi selecionado. Isso em nada desmerece os demais. Quero deixar anotado aqui que a seleção foi difícil (ainda bem que não precisei participar dela…ufa!!!!, pois ao contrário do que todos pensam, o selecionador tem sempre um grande compromisso com a verdade apresentada em seleção, pois sua escolha final refletirá profundamente na empresa. Meu abraço solidário aos colegas que participaram desta! Suaram a camisa…)

Bem, finda a seleção, candidato escolhido, me peguei pensando o que fez com que essa pessoa se diferenciasse das outras para ter sido escolhida. Vejamos:

Escolaridade: a que era exigida para a vaga, portanto, a mesma dos outros concorrentes.

Idade: na média para o cargo.

Aparência, porte físico, tudo dentro da média, normal como se costuma dizer.

Experiência não tinha, mas isso não era impedimento, pois a vaga não exigia que tivesse.

beth navarro

Beth Navarro
É Psicóloga, com especialização em Ps. Transpessoal e Pós Graduação em Constelação familiar.Coaching – Mentoring – Workshops: Orientação Individual e em Grupo.

Mas algo diferenciou essa pessoa das demais. Algo que transcendeu a experiência, a eloquência, a educação, a proação, a aparência.

Não, ela não era filho ou sobrinho do dono da empresa, caso alguém maldosamente já tenha pensado nisso…rsrs
Sabem o que tinha de diferente essa pessoa? Brilho interior.Isso mesmo.

Esse brilho que a gente não consegue medir nem mensurar, mas que se faz presente por si mesmo.

Brilho interior que revela uma auto-imagem positiva, ética, verdadeira, sem vaidade, mas com reconhecimento de seu próprio valor na medida certa.

Brilho interior que perpassa a pele e deixa tudo mais transparente.

Brilho interior que traduz a alma.

Esse jovem, você, eu…todos nós nascemos com esse brilho.

Em alguns momentos de nossas vidas podemos nos esquecer um pouco dele, e aí parece que o brilho se foi…mas basta aquietarmos um pouco nossas mentes, basta nos interiorizarmos um pouco, e ele volta assim que nos colocamos em contato com nossas verdades interiores, com aquilo que acreditamos, com aquilo que queremos, com o nosso melhor, o “ouro da sombra”, como se diz em algumas escolas de psicologia.

Nosso brilho pode ficar opaco, mas não se extingue nunca. Basta buscarmos com calma, força e perseverança, que lá está ele, pronto a fulgurar novamente.

O privilégio que tive em acompanhar esse processo seletivo me fez retomar e redobrar o cuidado com meu brilho interior, por isso quis dividir isso com vocês.

Se quiserem, aproveitem e revejam qual a intensidade de seu brilho hoje e sempre.

Ao candidato selecionado meus votos de sucesso em sua carreira e meu muito obrigado pela revisão proporcionada. Seu brilho foi um mestre!

Até a próxima.

 

O artigo de hoje lembra a importância dos processos seletivos nas organizações e o desafio de conseguir enxergar a essência de cada um dos candidatos. Participe de nossa coluna escrevendo para: [email protected].
Rebeca Toyama

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