A agência de classificação de risco Fitch Ratings retirou o grau de investimento do Brasil, com rebaixamento da nota soberana do país. O grau de investimento é conferido a países considerados bons pagadores e seguros para investir. A nota do Brasil passou de BBB- para BB+. Além de rebaixar a nota, a Fitch colocou o Brasil em perspectiva negativa. Segundo a agência, o rebaixamento é reflexo da recessão econômica mais profunda do que se esperava, do cenário fiscal adverso e do crescimento da incerteza política, que pode afetar a capacidade do governo de implementar ajustes para estabilizar a crescente dívida pública.
Para a Fitch, o aumento das taxas de desemprego, o crédito mais restrito, a confiança em queda e a alta inflação estão reduzindo o consumo. Também destaca que o ambiente externo continua difícil, com a queda dos preços de commodities, a desaceleração da economia da China e o aperto das condições financeiras internacionais. Quando duas agências retiram o grau de investimento, fundos estrangeiros têm que retirar recursos aplicados no país.
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que o país precisa votar o ajuste fiscal no Congresso e conclamou todos os brasileiros a saírem em defesa do Brasil. “Nós temos que tomar as medidas necessárias. Agora, o mais importante é a votação da MPs que dão suporte ao nosso Orçamento. Em vista do rebaixamento, temos que partir em defesa do Brasil. Temos que votar, tanto na Câmara, quanto no Senado. Tive agora com o presidente do Senado, e ele está disposto a apoiar esse esforço. Acho que tem que ser de todos os brasileiros neste momento”, disse, ao chegar ao Ministério da Fazenda.
De acordo com o ministro, o mundo todo está olhando o funcionamento das instituições brasileiras e da capacidade do país de tomar a medidas necessárias para garantir o crescimento e o funcionamento da atividade econòmica. Para ele, o setor passa, neste momento, pela votação de três MPS: a que eleva o IPI das bebidas e trata da tributação de direitos autorais; a que cria um regime de alíquotas progressivas para ganhos de capital, e a que aumenta a tributação de juros sobre o capital próprio.
Sobre a possibilidade de o governo propor meta fiscal de 0,5% do PIB, abaixo dos 0,7% que defendia, o ministro evitou polemizar. Segundo Levy, o mais importante é garantir o que permitirá ao país cumprir a meta. “O mais importante agora é garantir a votação dessas medidas. As pessoas querem investir no Brasil”, afirmou (ABr).
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