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Partnership e meritocracia: ingredientes para uma cultura de sucesso

em Opinião
sexta-feira, 28 de junho de 2019

Willian Kahler (*)

Você já deve ter ouvido a frase “o olho do dono engorda o gado”.

Uma referência à importância da proximidade dos empresários com o dia a dia das suas respectivas empresas e equipes. Mas quem é empresário sabe das dificuldades de empreender. Começar um negócio do zero envolve diversos desafios que passam desde o propósito da empresa, objetivos, estratégia, até a montagem da equipe. A lista é longa. Contudo, quando você consegue desenvolver sua empresa e ela começa a “tomar corpo” as coisas vão mudando.

Com a evolução, também passamos a ter um entendimento e uma clareza maior de como sua própria empresa funciona. Até o momento em que a sua equipe se torna “grande demais para caber em uma sala”. Manter e propagar a cultura de uma empresa é muito difícil. Principalmente se falamos de equipes grandes e com distância geográfica entre as unidades da organização.

Com o passar do tempo, também surgem as dificuldades em reter talentos e você descobre que os bons profissionais querem mais do que apenas dinheiro. Mas calma. Não quero assustar ninguém. Agora, imagine se existissem vários “donos” olhando para o mesmo “gado”. Ter mais pessoas preocupadas com o negócio e com a visão de sócio é fundamental para a perpetuidade de uma organização.

É também uma peça chave para manter talentos: além do reconhecimento, esses talentos passam a ser donos de parte da empresa, tendo mais possibilidades de ganho e construindo seu próprio patrimônio. O partnership se baseia nesses princípios. Muitas empresas já reconhecem o potencial dessa estratégia e, além da meritocracia têm grande parte da equipe como sócia.

Assim, é possível ter mais pessoas com o “pensamento de dono”, manter e desenvolver bons profissionais, além de criar um ambiente mais diversificado. Essas pessoas também passam a contar com ganhos que vão além da sua produção individual, pois possuem parte da empresa, têm direito a dividendos e possuem o ativo como patrimônio. Claro que a solução não é colocar todas as pessoas de sócias da empresa.

O processo para tornar-se sócio pode ser simples, mas não necessariamente fácil. É preciso atingir suas metas com consistência, agregar para a organização de outras formas, sem ser apenas pelo seu resultado individual e, claro, ter os valores e a cultura da empresa, com pensamento de sócio – mesmo antes de se tornar um. É um procedimento totalmente relacionado ao mérito: não por tempo de casa, currículo ou idade.

Muitas organizações bem sucedidas utilizam esse modelo, como a Messem, Goldman Sachs e a XP Investimentos. E eu acredito muito nesse conceito. Não é algo fácil de se implementar, repito, mas vale a pena. Afinal, não devemos nos importar em “dividir em mais fatias” com quem vai nos ajudar a “fazer um bolo maior”.

(*) – É sócio e assessor Financeiro responsável pela área de expansão e performance da Messem Investimentos.