Emerson Weslei Dias (*)
A tecnologia tem modificado drasticamente o mercado de trabalho.
Segundo relatório publicado pelo Fórum Econômico Mundial, a economia mundial sentirá os efeitos da chamada “Quarta Revolução Industrial”, que promete ser muito mais rápida, abrangente e impactante que as anteriores. São muitas as novidades: computação em nuvem, Internet das Coisas, Big Data, robótica, inteligência artificial, impressão em 3D, biotecnologia…
O Fórum projeta que, até 2020, essas tecnologias vão eliminar 5,1 milhões de vagas em 15 países e regiões que respondem por dois terços da força mundial de trabalho, incluindo o Brasil. Muitos estudos sugerem que, historicamente, a inovação cria mais empregos do que destrói, já que as ocupações extintas são substituídas por outras, ligadas a novos mercados, lembro-me de ter lido Joseph Schumpeter na faculdade e seu conceito de destruição criativa. No entanto, como os avanços atuais ocorrem num ritmo sem precedentes, a transição pode ser mais traumática.
A extinção e o surgimento de novas carreiras têm levado os jovens a refletirem bastante na hora em que vão escolher suas profissões. Por conta das alterações do mercado e das demandas que cada profissão institui a cada período histórico, os profissionais devem estar sempre buscando conhecimentos novos e se atualizando, de modo a ficarem bastante antenados com as notícias de sua especialidade ou área de formação.
O mercado de trabalho atual exige algumas características comportamentais importantes para que os profissionais possam se adaptar à nova realidade. Dentre elas, podemos citar: conhecimento do negócio, flexibilidade para lidar com mudanças, saber trabalhar em equipe e principalmente ter disposição para aprender e se reciclar de forma muito rápida.
Também é necessário ter uma visão geral de tudo que o cerca. Ou seja, ter noções de administração, economia, recursos humanos, comunicação, finanças e todas as áreas ligadas direta ou indiretamente ao negócio. Além disso, como a tecnologia é peça fundamental nos dias atuais, é preciso buscar estar sempre inteirado a ela. Todas essas mudanças devem ser absorvidas por todos que almejam obter sucesso no novo cenário.
Quem diria 15 anos atrás que telefones iriam competir e tomar o mercado das máquinas fotográficas? Que grandes emissoras de TV sofreriam com a concorrência de sites que transmitem vídeos feitos pelos próprios indivíduos e com redes sociais?
Equipamentos que eram fabricados por empresas que não competiam no mesmo mercado, se tornaram concorrentes diretos, os mercados se fundiram, hoje a concorrência está em todo lugar para as empresas, o mesmo vale para as profissões, a sua pode estar sendo ameaçada neste instante, por alguém que você nem esteja vendo, o que você não vê, não quer dizer que não exista!
Bem-vindo, não mais a era de mudança, mas a mudança de era, talvez Darwin já sabia de tudo isso lá atrás quando disse que as espécies vivas que sobrevivem não são as mais fortes nem as mais inteligentes; são aquelas que conseguem se adaptar e se ajustar às contínuas demandas e desafios do meio ambiente.
Resumindo: estamos aqui falando de CRISE, crise do emprego, mas o que seria isso? Bom, minha definição de crise é: momento que precede a evolução. Então é algo bom? Pois evolução é sempre bom! Será? Evolução: movimento ou deslocamento gradual e progressivo em determinada direção. Direção pode ser para cima ou para baixo, para o bem ou para o mal, em que direção estamos indo?
Não sei, mas deixo uma pergunta a você leitor: seja para qual for a direção você está preparado?
(*) – É coach, consultor de carreira, autor de ‘O inédito viável’; ‘Gestão de Pessoas: reflexões e filosofia prática sobre liderança’; e ‘Finanças Pessoais: dinheiro caro, filosofia barata. É diretor de Liderança e Gestão de Pessoas da ANEFAC.