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O papel da inteligência artificial na contabilidade

em Opinião
segunda-feira, 09 de setembro de 2019

Define-se como ramo de pesquisa da ciência da computação que vem crescendo exponencialmente, e se ocupa em desenvolver mecanismos e dispositivos tecnológicos que possam simular o raciocínio humano criando análises, compreendendo e obtendo respostas para diferentes e diversas situações.

Não é novidade que inteligência artificial é uma ferramenta cada vez mais procurada pelas empresas, e não algo funcional apenas para nossos dispositivos móveis. Determinadas áreas utilizam I.A. para melhorar processos que são repetitivos e complexos sem a automatização, mas ainda é muito pouco considerando todos a facilidades que esses sistemas podem proporcionar para alguns setores. Um dos cenários em que essa mudança é extremamente benéfica, é na área de contábeis.

Existem processos demais que devem ser revisitados e, se analisados por uma pessoa, pode ser que ocorram alguns erros, as vezes bem custosos, tributaria e financeiramente. Em um país como o Brasil, onde as empresas gastam mais de duas mil horas anualmente para atender regras fiscais e burocráticas, sistemas que tenham como base a I.A. seriam muito mais assertivos, com tendência de erro zero, aumentando a rapidez e a segurança da informação gerada, reduzindo riscos para empresas e clientes, além dos custos operacionais do dia a dia.

No Brasil, dificilmente vemos empreendedores cederem a inovações como essa, sob a justificativa de que os contabilistas seriam “substituídos”, o que não é verdade! Lembrando que o papel da inteligência artificial (que seria uma ótima parceira de trabalho) é diferente da automatização corrente adotada pelas empresas. Inteligência artificial não é “digitalizar” as rotinas… é fazer as rotinas de outra forma, com o auxilio dos algoritmos adequados. Existem inúmeras vantagens ao utilizar essas ferramentas.

É importante que os profissionais se adequem a essas tecnologias, além de aceita-las como parceiras e incrementadoras de negócios e de lucratividade. A história da humanidade é baseada nas evoluções tecnológicas que criamos ao longo dos séculos para nos adaptarmos. Somos uma tecnoespécie que tem por natureza criar ferramentas que tornem nossos trabalhos, desde os mais remotos tempos, mais rápido, menos exaustivo e mais rentável.

Esse movimento digital é mais um recurso que nós criamos e que, se bem utilizado, pode amplificar bastante a forma como lidamos com os problemas humanos e das informações fiscais das empresas.
Vale lembrar que quem não se atualiza, acaba ficando para trás, desfalcado e cometendo erros em relação ao cliente, que custam dinheiro e reputação. Não basta apenas “digitalizar” ou “virtualizar” seu escritório.

A mudança deve ser mais profunda, conceitual, e isso não é conversa filosófica. O mercado requer isso. As empresas estão cada vez com mais pressa, com menos predisposição ao erro e querem reduzir custos com gastos fiscais tão recorrentes para o empresariado brasileiro. Por mais que sejamos inteligentes e adaptáveis, não fomos “geneticamente aperfeiçoados” para processar milhares de dados em planilhas, de forma repetitiva por longos períodos de tempo.

Com a adoção de uma plataforma de I.A., por exemplo, devidamente parametrizada e treinada, é possível processar esse mesmo volume de informações, rapidamente, sem erros, e com um relatório de inconsistências que precisam ser pontual e detalhadamente verificadas.

(*) – É advogado, especialista em Direito Eletrônico, MBA em Direito Empresarial e gestor contábil. Autor do livro “Dinheiro da Multidão” (www.viniciusmaximiliano.adv.br).