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O novo CFO e sua importância na rotina corporativa

em Opinião
sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Leonardo Farah (*)

O papel do Diretor Financeiro é fundamental para a corporação e vem se transformando de acordo com as mudanças do mercado.

O Chief Financial Officer, CFO, cargo que corresponde ao Diretor Financeiro, em português, é essencial para que as operações empresariais sejam efetivas e apresentem resultados benéficos. Isso acontece porque este profissional é responsável por lidar com estratégias financeiras todos os dias. Mas, com o passar do tempo, o perfil do CFO mudou.

Neste sentido, a rotina do CFO é variada. O papel deste profissional pode envolver desde a revisão de contratos dos clientes até reconhecimento de faturamento. Além da parte financeira, a experiência com o cliente, principalmente, é um dos pontos focais, uma vez que o mercado também se transformou e é notável a importância de entregar um serviço de qualidade de ponta a ponta.

Se o CFO erra ou atrasa algo, isso pode impactar na percepção direta do cliente sobre a empresa. Para se ter uma ideia, um levantamento feito pela Harvard Business Review apontou que 73% dos entrevistados afirmaram que uma experiência relevante e confiável é crucial para o desempenho dos negócios como um todo.

Logo, para entender o novo perfil do CFO, é necessário perceber como todas as transações sempre acabam, de forma direta ou indireta, no financeiro. Se tivermos um novo cliente ou uma demissão, por exemplo, o financeiro terá de participar das decisões em algum momento.

Assim como em qualquer profissão, é necessário tomar cuidado com certas situações que aparecem no dia a dia e são desafiadoras. Na posição de CFO, o maior deles, sem dúvidas, envolve a gestão de risco. Há assuntos que surgem e necessitam de uma cautela especial, e o litígio é um deles:

• Litígio trabalhista: quando um colaborador é desligado e demonstra insatisfação com a empresa, é preciso ter cautela em como tratar o assunto, pois, dependendo da forma em que o tema é abordado, ele pode evoluir para um problema mais complexo, como, por exemplo, uma penalidade à empresa;

• Litígio nas relações com fornecedor: o Código de Defesa do Consumidor é, frequentemente, adaptado às transformações do mundo moderno. No artigo 12, destaca-se o papel do fornecedor enquanto responsável por possíveis defeitos na prestação do serviço ou produto. Mas, por outro lado, existem casos os quais o fornecedor não é o responsável, gerando uma situação delicada.

Além disso, hoje, vivencio o alto crescimento da empresa onde atuo, sendo que, nos últimos cinco anos, tivemos um aumento exponencial em receita. Isso significa que estamos com foco direcionado à captação de talentos, o que impacta diretamente no capital de giro. Em paralelo, temos a burocracia do país que pode atrasar a forma de fazermos negócios.

O CFO moderno deve estar cada vez mais preocupado em como automatizar os processos das áreas sob sua gestão atrelado ao uso de dados. Quase todos os processos de uma empresa passam no início ou no fim pela chancela deste time e, neste caso, quanto menor for o tempo de fechamento da operação e disponibilização dos dados, maior o poder de tomada de decisão pelos seus pares das áreas de negócios em um curto espaço de tempo.

Por ser uma posição necessária em qualquer tipo de operação, este profissional necessita de soft skills que são desenvolvidas de acordo com cada corporação. E vejo que a burocratização brasileira é outro ponto que utiliza de tais soft skills. É necessário pensar em formas de continuar sendo ágil, mesmo com empecilhos legislativos no caminho.
O papel do CFO é essencial para o funcionamento da empresa. Qualquer erro pode se transformar em danos prejudiciais.

(*) – É COO Data LATAM da Keyrus.