Ana Hoffmann (*)
Criar um negócio que seja rentável e de sucesso é o objetivo de toda pessoa empreendedora.
Entretanto, os desafios são muitos nesse processo, de modo que quem empreende precisa lidar com uma série de situações e obstáculos até conseguir alcançar seu propósito. É necessário, por exemplo, se aprofundar no seu modelo de negócio, em questões de gestão estratégica, operacional e financeira, vendas, contratações, divulgação da marca, além do próprio mercado em que a empresa está inserida. Se é um negócio de impacto socioambiental, por exemplo, precisa ainda olhar para outros pontos específicos, como a tese de mudança a ser proposta.
Para se ter uma dimensão, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 80% das micro e pequenas empresas não chegam a completar o primeiro ano, e 60% fecham antes dos cinco.
Para driblar esse cenário pouco animador, as startups contam com processos de aceleração, que são fundamentais para sua estruturação e crescimento. Dentro desses espaços, têm acesso recursos como mentorias e networking, que contribuem de maneira significativa para o sucesso e crescimento dessas empresas.
O papel da mentoria
No processo de aceleração, a mentoria é um fator crucial para que as startups colham bons frutos. Se as orientações recebidas forem bem executadas, isso impactará diretamente no desenvolvimento dos negócios. Nesse sentido, os mentores e mentoras experientes no mercado em que as startups estão inseridas fornecem orientações especializadas com base em suas próprias experiências, ajudando-as a evitar armadilhas comuns e tomar decisões assertivas. Mais importante do que mostrar um bom caminho a ser seguido, é mostrar quais devem ser evitados.
Além disso, a mentoria não se limita apenas ao desenvolvimento do negócio, visto que também se concentra no crescimento pessoal e profissional das pessoas empreendedoras, trazendo à tona questões comportamentais e de liderança, por exemplo.
Outro ponto importante das mentorias são os feedbacks construtivos. A partir dessas considerações críticas, os empreendedores e empreendedoras serão auxiliados no aprimoramento contínuo de suas estratégias, em seu modelo de negócios e na execução da startup. Sendo assim, pode-se considerar que o processo de mentoria ajuda a acelerar a curva de aprendizado de quem empreende, fazendo com que evitem erros comuns e adquiram conhecimento de forma mais eficiente.
Networking e a oportunidade de colaboração
O networking é o responsável por proporcionar oportunidades de parcerias estratégicas e colaborações com outras empresas, aceleradoras, investidores e demais atores e organizações do mesmo nicho de mercado. Nesse sentido, ao fortalecer sua rede de contatos, é possível aumentar as chances de acesso a financiamentos, fundos de venture capital e assim por diante.
Além disso, a interação com outros empreendedores, empreendedoras e atores do ecossistema de startups possibilita o compartilhamento de experiência e aprendizado mútuo. Essa troca é uma fonte valiosa como suporte em momentos desafiadores, proporcionando insights, conselhos e até mesmo parcerias estratégicas para superar obstáculos.
Ainda, uma rede robusta e sólida ajuda a aumentar a visibilidade do negócio no mercado, gerando interesse em clientes, parcerias, novos talentos para a equipe e potenciais investidores.
Em resumo, podemos considerar que a mentoria e o networking são responsáveis não apenas por acelerarem o crescimento das startups, mas principalmente por criarem uma base sólida para o desenvolvimento contínuo e o sucesso do negócio a longo prazo. Afinal, todo acesso a insights e a troca de experiências por meio dessas interações são recursos inestimáveis para empresas em ascensão.
(*) Coordenadora do Projeto InovAtiva de Impacto Socioambiental e Head de Aceleração do Impact Hub Brasil.