Thiago Souza dos Santos (*)
Com o avanço da tecnologia, as empresas passaram a repensar os Sistemas de Gerenciamento de Conteúdo (CMS), softwares que permitem a criação e a edição de todo o conteúdo e layout dentro de um site, de forma rápida e ágil.
Esses softwares têm como objetivo central ajudar a controlar todos os conteúdos presentes em um canal digital e permitir que pessoas de negócios gerenciem estes conteúdos. Posteriormente, surgiu a demanda de que esses softwares se adequassem a novas exigências, principalmente a presença de conteúdos personalizados que se adaptam aos novos canais digitais. Proporcionar uma experiência para o cliente que seja personalizada, rica de conteúdo e que funcione em todos os sistemas da mesma forma é um dos maiores desafios que as empresas enfrentam atualmente.
Nesse contexto foi criado o Headless CMS, ou Sistema de Gestão de Conteúdo “sem cabeça” ou desacoplado. Com esse tipo de software, o conteúdo passa a não estar mais ligado a uma única interface front-end para o usuário final (por isso, “sem cabeça”). Assim, agora o conteúdo que antes era limitado a ser entregue apenas para o canal ao qual era ligado, está livre para ser compartilhado e utilizado por diversos canais digitais. Com ele, existe uma maior flexibilidade de distribuição de conteúdo pelas plataformas e dispositivos existentes.
Funcionalidade e eficiência
Existem diversas opções de soluções de Headless CMS no mercado, dentre elas opções para instalação local e outras rodando na nuvem. O local é instalado em um servidor da empresa e necessita acompanhamento de uma equipe de TI para que se mantenha atualizado e com as devidas manutenções. Já o da nuvem é provido por uma empresa de software e requer a contratação do serviço. O mais utilizado atualmente é o Headless CMS em nuvem. Sua popularidade é devido ao fato de ser mais barata, pois quem realiza todas as manutenções e atualizações no sistema é a empresa de software a qual pertence.
Independente de quem o gerencie, o funcionamento do software é baseado na separação do gerenciamento back-end e front-end do conteúdo, ou seja, é dividido em blocos. Assim, existe uma parte focada em criação e armazenamento de conteúdo, deixando a outra para focar na interface para os usuários finais. Essa funcionalidade de divisão do conteúdo em blocos é a principal diferença entre o CMS tradicional e o Headless, pois o primeiro é focado em promover conteúdo somente para uma interface e o Headless garante que exista uma estrutura que adeque o conteúdo, não importa a interface.
A utilização de blocos de conteúdo garante muitas mudanças dentro da criação e gerenciamento de sites. Por meio dele é possível adicionar novas funcionalidades e recursos, sem que seja necessário alterar toda a estrutura. Também permite uma maior personalização do conteúdo, focando em suprir todas as necessidades que seu público-alvo especifique. Garante a facilidade na atualização desse conteúdo, sem que seja preciso que o código se altere. Além de proporcionar que diversas pessoas alterem e colaborem com o conteúdo ao mesmo tempo.
A qualidade do conteúdo de sites que utilizam esse software tende a ser muito melhor, pois é possível que ele seja priorizado. Não existe a necessidade que o modelo tradicional pede de produzir conteúdos diversos para cada página, já que ele se adapta a todas elas com facilidade. O software é extremamente mais eficiente que seu modelo original, permitindo aumentar a produtividade das equipes que gerenciam conteúdo e reduzir o tempo necessário para realizar manutenções e evolução nos websites.
Headless e CMS em números
Uma pesquisa realizada pela Globe Newswire ainda em 2019, que avaliou o mercado de Headless CMS em US$ 328,5 milhões. Ainda segundo esse mesmo relatório, a previsão de movimentação do mercado até 2027 é que atinja US$ 1,62 bilhão. O crescimento da utilização do software dentro das empresas está previsto para atingir 22,6% nos próximos anos.
O relatório prevê que a utilização do Headless CMS irá crescer cada vez mais dentro das empresas pela sua facilidade em utilização e por permitir a colaboração de diversos times nos sites e na produção de conteúdo. Principalmente considerando o mundo pós-COVID, onde muitas empresas continuam utilizando o home office ou modelo híbrido como regime de trabalho, todas as funções e a eficácia que o software promove são consideradas essenciais no dia a dia e para que os processos aconteçam sem dificuldades.
Considerando todas as vantagens de utilização, é difícil pensar em uma empresa moderna que deixaria de utilizar um software que facilita e auxilia em tantos aspectos básicos para o crescimento e evolução das propriedades digitais de uma organização. A facilitação de processos é um dos primeiros passos para a modernização de empresas nessa nova era “pós-digital” e deve ser prioridade máxima das organizações em todo o mundo.
(*) É fundador e CTO da Koodari e especialista na área de tecnologia.
