Ramón Gomez (*)
Estamos chegando ao final de 2022, mais de 30 meses se passaram desde que nossas vidas começaram a mudar. A pandemia foi o catalizador de coisas que já vinham acontecendo. O mundo já estava em ebulição, com Estados mínimos, governos enxutos. Um cenário inexplorado chegou para confirmar que nada seria como antes. Empresas centenárias, como a MetLife, que já tinham passado por outros momentos desafiadores como a gripe espanhola, previam que a mudança seria impactante, em todos os sentidos.
E sim, principalmente na economia. Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, monitorou a quantidade de recursos que os governos de 168 países investiram para enfrentar a pandemia de coronavírus. Ainda em 2020, o montante total de gastos globalmente já ultrapassava os 7 trilhões de dólares, mais de 40 trilhões de reais. A mudança no comportamento das pessoas é notória.
Se mesmo antes já se percebia uma maior preocupação com o bem-estar, com excesso de trabalho, burnout, educação financeira, agora, a preocupação se voltou para as empresas, os RHs. A tendência de demissões voluntárias, inicialmente identificada nos Estados Unidos que ganhou o nome de “The Great Resignation” e, em português, a Grande Renúncia ou até Grande Debandada já é a realidade.
Somente em 2021, mais de 47 milhões de pessoas nos EUA deixaram seus postos de trabalho por iniciativa própria. No Brasil, dados do Caged mostram que, do total de 1.816.882 desligamentos registrados em março, 603.136 foram a pedido do trabalhador, o que equivale a 33,2% do total. A meu ver, isso se deve à pressão de algumas empresas sob os colaboradores permitindo extensas jornadas de trabalho, desigualdades salariais, de gênero e tantas outras, além da falta de cuidado com a saúde mental.
A onda de demissões está impactando mulheres, mães, que com o home office perceberam ser uma carga muito grande conciliar tudo, executivos de alto escalão que estão antecipando suas aposentadorias, pessoas que resolveram empreender e ser seu próprio chefe. A “gig economy” é uma realidade no mercado de seguros, e o trabalho híbrido já é passado, chegou e não vai embora. E agora, o novo mundo espera pela sua mudança. Você está pronto?
(*) – É vice-presidente comercial da MetLife do Brasil (www.metlife.com.br).