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Como os ITPs se aplicam ao atual cenário do Open Finance

em Negócios
segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Os últimos anos foram, sem dúvida, marcados por inúmeras transformações nos processos de compras e pagamentos. O relatório de Comportamento do Consumidor mostrou que o faturamento do varejo online cresceu 26% em relação a 2020. Esse movimento com certeza foi estimulado por uma grande digitalização dentro do mercado financeiro, sendo um exemplo disso o Open Finance, que vem revolucionando cada vez mais o setor tanto no Brasil como na Europa.

Para os consumidores, a expectativa é de processos mais fluidos, sem fricção, fáceis, rápidos e seguros. E essas necessidades são transformadas em ação dentro do Open Finance. Os sistemas que permitem isso são chamados de ITPs, Iniciadores de Transação de Pagamento. Eles são responsáveis por deixar a jornada de movimentação financeira mais simples, diminuindo a quantidade de etapas de pagamento de sete para apenas três, pois alguns dos intermediários são eliminados.

Um exemplo disso é o processo de transferência contido dentro do WhatsApp, que permite que um aplicativo de conversa instantânea tenha acesso às suas contas bancárias com poucos cliques e permite que o usuário realize suas transações com ainda menos trabalho. Mas não para por aí. Favorito de muitos brasileiros, o Pix a partir da leitura de QR Code depende de uma etapa longa.

É preciso abrir o aplicativo, selecionar a opção Pix, fazer a leitura do código e então autenticar a transação. Com o serviço de ITPs, o usuário é diretamente direcionado para a fase de autenticação, tornando o processo mais ágil, sem perder em quesitos como segurança e privacidade. O conceito de ITPs surgiu no Brasil dentro do projeto de implementação do Open Banking, agora Open Finance, mas também é muito presente fora do Brasil.

Na Europa, por exemplo, dentro da definição do Open Finance, há uma legislação chamada PSD2 (Diretiva Europeia de Serviços de Pagamento). Ela determina que os bancos devem dividir as informações bancárias dos clientes com dois tipos de empresas: as AISP, Account Information Service Provider – Provedores de Serviços de Informação de Conta -, e as PISP, Payment Initiation Service Provider – Prestadores de Serviços de Iniciação de Pagamento.

Dado o consentimento do consumidor, os PISPs autorizados podem não apenas visualizar dados financeiros em uma conta bancária, mas também estão autorizados a fazer pagamentos em nome do cliente. Mesmo com esses facilitadores, vemos uma resistência por parte das grandes instituições no Brasil. Bruno Loiola, cofundador da Pluggy, fintech provedora de Open Finance, explica o porquê disso:

“Infelizmente, com este cenário, a versão brasileira do Open Finance criou um limite ao acesso aos dados. Porém, nós enxergamos uma série de benefícios que o sistema de ITPs podem trazer ao setor financeiro, o principal deles é, sem dúvidas, a simplificação da experiência do usuário final e a automação de processos hoje bastante manuais’’ complementa Bruno.

Apesar de existirem poucas empresas que são autorizadas pelo BC a operar com o sistema de IPPs, existe a possibilidade que esse cenário mude nos próximos anos. À medida que o cenário do Open Finance for evoluindo no país, essa será uma realidade cada vez mais próxima e real para usuários e empresas. – Fonte e outras informações, acesse: (https://pluggy.ai/).