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A nova onda dos condomínios horizontais: conforto e qualidade de vida

em Negócios
quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Fernando Montenegro (*)

Em meio a tantos condomínios de prédios bem localizados, sobretudo nas grandes capitais – expansão que ganhou força nas últimas décadas – a casa ficava entre as últimas opções na hora de escolher onde morar, principalmente para quem leva uma vida corrida, passa pouco tempo no imóvel e está em busca de segurança. Os apartamentos ganharam a preferência dos consumidores. Mas esse cenário começa a mostrar sinais de mudança.

O isolamento social, imposto pela pandemia da Covid-19, fez muita gente se questionar sobre a maneira como moram, já que passaram a viver muito tempo dentro do imóvel, fazendo home office, convivendo o tempo todo com a família e adaptando o seu lazer também em ambientes mais reduzidos.

A partir daí vários questionamentos surgiram: o tamanho do imóvel atual hoje atende as minhas necessidades reais? Me oferece privacidade para eu poder trabalhar e habitar ao mesmo tempo? Tenho o conforto que eu espero? Minha família tem boas opções de lazer dentro de casa? E daí em diante. Isso tudo fez com que a casa, o estilo clássico de moradia, voltasse a ser o centro das atenções e a fazer parte do sonho de habitação das pessoas.

Um dos fatores que colaboraram para o aumento da procura pela compra de casas foi a necessidade de ter uma área externa, como varanda, quintal ou jardim. A falta de um espaço adequado para acolher os pets, manter as crianças em atividade ao ar livre – já que em apartamentos elas passam a maior parte do tempo em dispositivos eletrônicos – praticar hobbies e tomar sol, por exemplo, bateu na porta até de moradores de apartamentos mais espaçosos. Percebemos um aumento pela procura por casas. A prova disso pode ser vista no aumento das vendas que registrou um crescimento de 35% até setembro desse ano em relação ao mesmo período do ano anterior.

Muitos imóveis horizontais contam com jardim, piscina e rooftop e acredito que as pessoas estão em busca, principalmente, desses espaços para atender um novo olhar sobre suas perspectivas a respeito de conforto e estilo de vida. Porém, acredito que as áreas externas não foram os únicos pontos que atraíram os novos moradores. A tranquilidade de estar com a família em um ambiente seguro também foi outro aspecto bastante levado em conta nessa procura. Quando nós falamos em segurança, basicamente pensamos apenas em nos proteger da violência da cidade.

Mas com a pandemia, vimos as pessoas se sentirem inseguras dentro do próprio condomínio por conta do contágio da doença, o que também motivou a procura por casas com espaços de lazer privativos. Além dos atributos físicos que diferenciam as casas dos apartamentos, a qualidade de vida também está sendo levada em consideração nesse momento que chega próximo da pós-pandemia. Uma casa ampla e com ambientes integrados pode fortalecer o convívio familiar, oferecer uma rotina mais saudável para seus moradores e, de quebra, oferecer um espaço apropriado para receber os amigos.

Morar em uma casa com espaços a céu aberto, onde exista um mínimo contato com a natureza – mesmo na zona urbana – faz toda a diferença nos dias atuais, com ou sem isolamento social. As opções de lazer para a família dentro do próprio imóvel são inúmeras. Essa percepção sobre esse “novo morar” veio para ficar.

(*) É CEO da Seed Incorp (https://www.seedincorp.com.br/).