Um dos momentos mais aguardados, a chegada do 5G no Brasil pode demorar mais tempo do que se imagina. De acordo com um dos especialistas da Fibracem, indústria brasileira especializada no setor de comunicação óptica, Adriano Rodrigues Fraga, acredita-se que as capitais brasileiras poderão ofertar a tecnologia apenas no início de 2023 e que isso ocorrerá devido à complexidade das negociações, apesar da previsão ser para julho de 2022.
Para o especialista, mesmo com a confirmação da Anatel, para realização do leilão 5G marcada para novembro, o processo deve sofrer uma série de tentativas de impugnações, até a concessão final dos ganhadores das faixas de frequências ofertadas. “Ainda existem as discussões que influenciam na chegada da tecnologia, como as exigências de implantação da rede 4G em rodovias e disponibilização de Internet para as escolas públicas. Essas negociações podem atrasar o início da oferta do 5G para a população”, analisa.
Mesmo com o possível atraso da chegada da tecnologia, o que o consumidor final de internet pode esperar com a chegada do 5G no Brasil? Segundo o gerente técnico e comercial da Fibracem, Sebastião Rezende, a principal mudança percebida pelo consumidor será a velocidade de transmissão, que pode chegar até 20 vezes mais rápida que a tecnologia 4G. A partir do 5G também será possível ter uma abrangência ainda maior de cobertura de internet, passando de uma quantidade de 100 mil conexões por km2 [caso do 4G] a uma densidade que pode chegar a um milhão de conexões.
Quanto vai custar ao consumidor? Como acontece em grande parte dos produtos de inovação ou tecnologia, a disponibilidade do 5G e os custos dos dispositivos compatíveis com esta tecnologia, como aparelhos celulares, tendem a ser altos. “Porém, pode ser que a concorrência entre os fabricantes de dispositivos, assim como entre os provedores de internet, mirando um consumo em massa, faça com que os preços reduzam, ou, não sofram grandes variações em relação aos atuais”, ressalta Sebastião.
Para o gerente industrial da companhia, Cleverson Luiz Weiss, além de dispositivos mobile, a tecnologia 5G também estará disponível via wi-fi, para os consumidores. No entanto, para viabilizar a utilização do serviço nas residências, será necessário que os aparelhos tenham compatibilidade. “A previsão é que essa mudança do 4G para o 5G ocorra de maneira fluida. O próprio mercado já tem trabalhado para se ajustar à nova tecnologia, lançando aparelhos compatíveis com a rede”, ressalta.
As redes 5G funcionam por meio de ondas de rádio, assim como as 3G e 4G, porém com frequências mais altas. A capacidade é maior e o alcance menor que suas antecessoras [3G e 4G], o que traz a necessidade de um aumento em quatro ou cinco vezes a quantidade de antenas. E para que tudo isso funcione bem, será indispensável o fator capilaridade, ou volume, de fibra óptica instalada. É aí que entram os provedores de internet. – Fonte e informações: (www.fibracem.com).