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Varejo perdeu mais de 135 mil lojas no segundo trimestre

em Mercado
terça-feira, 25 de agosto de 2020

A crise provocada pelo novo coronavírus fez com que o varejo perdesse 135,2 mil lojas – com vínculos empregatícios – entre abril e junho, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio (CNC). O saldo negativo no segundo trimestre supera a perda anual registrada em 2016
(-105,3 mil). O presidente da CNC, José Roberto Tadros, lembra que a crise do setor coincidiu com a edição de diversos decretos estaduais e municipais que restringiram total ou parcialmente a circulação de consumidores em estabelecimentos comerciais.

“As vendas presenciais, historicamente a principal modalidade de consumo por parte da população, tiveram o volume muito reduzido neste período”, afirma Tadros, ressaltando que, “apesar do grave quadro conjuntural no segundo trimestre, o ritmo de recuperação das vendas no comércio tem surpreendido positivamente, impulsionado por fatores como a intensificação de ações de venda via e-commerce”. A previsão da CNC é que o setor chegue ao fim de 2020 com menos 88,7 mil estabelecimentos, em comparação com o ano passado, totalizando 1,252 milhão de lojas em todo o País.

Os segmentos mais atingidos se caracterizam pela predominância na comercialização de itens considerados não essenciais, como: lojas de utilidades domésticas; vestuário, tecidos, calçados e acessórios; e comércio automotivo. O varejo de produtos de informática e comunicação foi o segmento que apresentou as menores perdas absolutas no número de estabelecimentos em operação. O economista da CNC responsável pela análise, Fabio Bentes, indica que a intensidade do fechamento de estabelecimentos tende a refletir os desempenhos dos segmentos do varejo em termos de volumes de venda das atividades.

“Foram observadas perdas mais acentuadas nos ramos mais prejudicados pelas restrições ao consumo presencial”. Embora dados recentes do IBGE mostrem que apenas uma em cada quatro empresas comerciais tenha reduzido o quadro de funcionários em junho, o inédito fechamento de estabelecimentos com vínculos empregatícios no segundo trimestre reverberou no nível de ocupação apresentado pelo setor. “No segundo trimestre de 2020 foram eliminados quase 500 mil empregos formais”, diz Bentes (Gecom/CNC).