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Quiet Quitting: pilares de sustentação contra a tendência corporativa

em Mercado
segunda-feira, 21 de novembro de 2022

As recorrentes transformações do mercado de trabalho, especialmente em um mundo pós pandemia, têm gerado impactos inesperados e de difícil gerenciamento para líderes e colaboradores. O Quiet Quitting, tendência corporativa tida como uma “desistência silenciosa” é uma dessas questões, que consiste na iniciativa de profissionais em limitar suas tarefas aquilo que consideram apenas como o necessário para manter-se empregados, ou seja, evitando sobrecargas ou longas jornadas.

O Diretor Geral da mhconsult, Rogério Babler, acredita que aspectos como credibilidade, confiabilidade e a intimidade entre líderes e colaboradores podem servir de pilares de sustentação contra este fenômeno. “É preciso descobrir uma solução viável para todas as partes interessadas, com empresas e lideranças encontrando modelos de atuação flexíveis e menos rígidos. Já os colaboradores precisam entender que abandonar todo e qualquer propósito profissional não é uma decisão sustentável.”

Um levantamento recente feito pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), aponta que quase 3 milhões de brasileiros pediram demissão no primeiro semestre de 2022, em um movimento chamado de “The Great Resignation”, quando as pessoas pedem demissão em busca de mais qualidade de vida.

Apesar deste fenômeno não ser um sinônimo do que motiva o “Quiet Quitting”, ambos os movimentos refletem como alguns indivíduos não estão mais aceitando o sentimento de infelicidade ou conformidade em seus trabalhos.

Dessa forma, Babler orienta que o ideal é ter conversas transparentes sobre propósitos e significados a fim de encontrar objetivos em comum. Aponta ainda que a flexibilidade pode ser um ponto chave nesse processo. Nesse caso, a confiança e a credibilidade andam juntas, para que seja possível acreditar nas soluções com que o outro lado está se comprometendo.

“Na prática podemos dar como exemplo a entrega de um projeto ou o agendamento de um compromisso. Enquanto um lado precisa confiar que não haverá atrasos, o outro precisa reforçar a sua credibilidade ao não cometer erros ou equívocos durante o processo. Os adeptos ao quiet quitting geralmente não deixam claro o seu compromisso, nem o seu diferencial com a empresa, o que faz com que percam a relevância”, explica Rogério.

Com estes aspectos postos em prática, Babler acredita que seja possível trabalhar também a confiança, quando anseios e necessidades são relatados entre líderes e colaboradores a fim de encontrar soluções bem-sucedidas ou apenas pela urgência de desabafar dificuldades. “Quando um lado se abre para o outro e entende que as informações conversadas não irão vazar, entende-se que não há uma quebra de relação, o que fortalece os laços profissionais.”

Com o cenário apresentado, o Diretor Geral da mhconsult reflete que o Quiet Quitting precisa ser discutido e solucionado, pois manter o assunto velado sempre resultará um panorama de insegurança para ambos os lados.