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Os desafios das empresas no sistema home office

em Mercado
terça-feira, 19 de maio de 2020

Os profissionais começaram a ter ciência do que faz ou não sentido no trabalho remoto. Foto: mutantbr.com/reprodução

Com a extensão da quarentena, profissionais de diversas áreas continuam em sistema home office, sem saber ao certo quando a rotina empresarial voltará ao normal. Para Renata Motone, consultora de RH da Luandre Middle, o novo sistema apresenta vantagens e desvantagens, e como os demais, deve ser analisado com ponderação, uma vez que grande parte das companhias nunca o havia experimentado em grande escala.

“Algumas até praticavam o trabalho remoto, mas era feito de forma estruturada, em dias específicos e atendia apenas alguns cargos, geralmente de liderança ou de profissionais como consultores, por exemplo” diz. A adesão em massa, sem precedentes, ao home office acabou o desmistificando para muitos. Uma pesquisa recente*, que entrevistou duas mil pessoas de todas as idades e de todo o país verificou que 73% desses profissionais preferem não trabalhar de casa em tempo integral, depois da pandemia.

Alguns dos motivos relatados são: a invasão de seu espaço pessoal, a falta de convívio social e causas econômicas relacionadas a terem de arcar com despesas relacionadas à infraestrutura de trabalho, como internet, água, luz, telefone. A questão de invasão da vida pessoal pelo trabalho também é relatada em uma pesquisa realizada no Reino Unido, com 500 trabalhadores. A conclusão foi de que 50% estavam infelizes com o desequilíbrio entre home office e vida íntima, 33% se sentiam sozinhos, e 64% ainda relataram insônia.

Após mais de 50 dias de quarentena e um cenário de crise ainda sem grandes perspectivas de melhora, a percepção de ansiedade do início, voltada para a adaptação do home office, pode ter diminuído. Contudo, não se pode afirmar que os desafios deixaram de existir, muito pelo contrário, com o passar dos dias, os profissionais começaram a ter ciência do que faz ou não sentido no trabalho remoto, e questões como: insatisfação, ansiedade e inteligência emocional começam a aparecer.

“Temos de considerar todo o desgaste emocional gerado por este momento de isolamento, que torna o processo do home office ainda mais complexo, já que não se trata apenas de trabalhar em casa, mas também de conviver com todo o entorno”, pontua Renata. Ainda completa, que se torna papel da empresa desenvolver programas direcionados para cuidar da saúde mental dos colaboradores, dando suporte e estrutura a fim de proporcionar bem-estar para todos.

Mas nem tudo está perdido. É possível identificar pontos positivos dessa nova forma de trabalho, tanto pela empresa, quanto pelo colaborador. Para a empresa, uma redução de custos com toda a infraestrutura física que um escritório exige. Já para o colaborador, evitar o desgaste com o deslocamento, principalmente quando se tratam de grandes distâncias, traz um impacto positivo. “O tempo economizado de deslocamento pode ser benéfico, inclusive, para aumento de produtividade e motivação”, afirma Renata.

Muitos profissionais de RH acreditam que a forma como a gestão de pessoas é vista e conduzida mudará para sempre com a pandemia.
Renata acredita na mudança no sistema de trabalho, mas faz uma ressalva: “algumas empresas podem deixar de locar espaços para seus colaboradores, adotando integralmente o sistema home office, ou implementar um rodízio entre equipes, para trabalharem em casa e evitar aglomerações. Porém, tudo isso dependerá do quanto estas mudanças afetam a produtividade e, principalmente, a qualidade de vida dos profissionais”. Fonte a mais informações: (https://luandre.com.br/).