Edilson Paterno (*)
A popularização do Chat GPT chamou minha atenção para um ponto que os especialistas estão ressaltando muito: faça as perguntas certas, com maior detalhamento de dados, para extrair o melhor resultado da ferramenta. Penso que a mesma coisa pode ser aplicada ao Varejo, pois sempre que pensamos “como será o vendedor do futuro?” pensamos em conexão, gadgets, efeitos especiais para impressionar o cliente. Mas será que estamos fazendo nossa parte, inserindo todos os parâmetros para obter a melhor resposta?
Estive recentemente pela Totali, uma das empresas do grupo Datainfo com produtos de automação comercial, na NRF 2023 – Retail’s Big Show, o maior evento para o comércio varejista do mundo, promovido pela Associação Comercial dos EUA (NRF) em Nova York. Para quem vive o comércio varejista e a sistematização de empresas como um todo, estar ali deu a dimensão das tecnologias (software e hardware) que podem estar em nosso futuro próximo aqui no Brasil – e até mesmo já estejam por aqui.
De modo geral, os destaques estavam no grande foco na experiência de consumo do cliente, na redução de custos, na economia circular (reciclagem e práticas de sustentabilidade, itens importantíssimos para definir consumo entre Geração Z, além da preocupação para as gerações futuras) e a volta à normalidade após a pandemia.
Falar em experiência do cliente parece repetitivo, porém estamos falando em entender o que o cliente quer e simplificar o processo de compra, seja presencial ou online, eliminando os “pontos de fricção”, que é tudo aquilo que atrapalhe a compra. Isso quer dizer em utilizar processos de automação, quer seja inteligência artificial, softwares ou robôs para facilitar operações, identificar perfil do cliente através dos dados do sistema de fidelidade da loja para ajudar a atender e interagir melhor com esse cliente.
Em termos de redução de custos, ganham espaço os robôs para atendimento ao público e reposição/entrega de mercadorias. Já está em uso a inteligência artificial para auxiliar ou substituir processos manuais. O sistema envia a um braço mecânico o comando para pegar produto X e levar à área de despacho e pronto! Ou pequenos robôs identificam e processam produtos para entrega em uma linha de produção de uma grande varejista do e-commerce. Os seres humanos estão presentes para supervisão e atuação bastante pontual. E isso não é futurista, são iniciativas já em vigor pelos Estados Unidos e outros países do mundo.
Carrinho inteligente
Já conhecemos o self checkout no Brasil, vem aí o Smart Self Checkout, que facilita ainda mais o processo de leitura de código de barras, para contornar aqueles clientes sem tanta facilidade com a tecnologia. Outra solução é o Smart Cart ou carrinho inteligente é uma inovação que já está sendo introduzida no Brasil, com uso em supermercados no Rio de Janeiro, mas que tem diversos modelos em atuação lá fora. Ele possui câmeras e sensores de peso para identificar os produtos, que podem ser pagos na maquininha de cartão ou no display, por aproximação.
Com base nessa experiência na NRF 2023 enquanto uma amostra do cenário pelo mundo, é perceptível como a atenção ao backoffice é definidor do “Varejo do futuro”. São estruturas e inovações que não são futuristas apenas por ser, mas fruto da união inteligente entre hardware e software para otimizar recursos e capturar a atenção do consumidor, transformando a experiência de compra. Não é possível ter carrinhos inteligentes em uma loja sem uma conexão rápida para que o cliente possa efetuar o pagamento. O vendedor do futuro não é só quem tem o gadget mais moderno, mas aquele que confere a estrutura tecnológica nos bastidores para, de fato, organizar a digitalização do processo de vendas.
(Fonte: Datainfo)