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O que esperar da indústria de cosméticos no pós-pandemia

em Mercado
quinta-feira, 05 de novembro de 2020

Fábio Yamamora (*)

A crise causada pela Covid-19 transformou o padrão de consumo global. A mudança não afetou o interesse do consumidor nas novidades da indústria de cosméticos, mas acelerou novas demandas que já estavam no horizonte das equipes de P&D e Marketing. Mesmo antes da pandemia, o mundo passava por uma redefinição de um conceito de beleza global que privilegia a aceitação e o bem-estar. Assim, o autocuidado deverá consolidar o protagonismo nos lançamentos da indústria para 2021. Saiba o que será destaque nos eventos mundiais da beleza no pós-pandemia:

. Compra Engajada – O isolamento social engajou o consumidor com os pontos de venda online. As marcas devem priorizar os canais digitais – websites, vendas por mídias sociais e plataformas de compra para atender aos clientes – e isso muda tudo. O processo de compra online permite com que o consumidor pesquise sobre a empresa, sobre os princípios ativos, sobre as iniciativas sociais que a marca desenvolve e que serão decisivas para fechar negócio.

Em outras palavras, o processo de compra se torna muito mais engajado e, para além dos benefícios do produto, o novo-consumidor evita a superficialidade e que o seu investimento não seja em vão.

. Faça Você Mesmo – A pandemia diminuiu o poder de compra de muitas famílias e, com isso, muitos consumidores passaram realizar alguns procedimentos em casa. A tendência do Faça Você Mesmo não vai tomar o serviço de profissionais da beleza, ao invés disso deverá guiar lançamentos em 2021 que apostem na customização de produtos.

Por exemplo, ampolas com princípios ativos que podem ser misturados com o creme-base de acordo com a necessidade de cada um, ou fórmulas compatíveis que possam ser misturadas para criar produtos exclusivos – seja pela cor, benefícios ou texturas. O fato é que a jornada de autodescobrimento das pessoas durante a pandemia se reflete no desejo de decidir sobre aquilo que é melhor para evidenciar a própria beleza – seja na vida pessoal ou nos produtos que aplica na pele e nos cabelos.

. Pesquisa e Laboratório – O trabalho da ciência nunca foi acompanhado tão de perto pelo grande público. A pandemia evidenciou o valor do trabalho da ciência – inclusive, dos químicos que desenvolvem um trabalho nos laboratórios da indústria de cosméticos. Com isso, junto a utilização de princípios ativos naturais e orgânicos, há o crescente interesse em integrar tais ingredientes com matérias-primas desenvolvidas em laboratório – ácidos, moléculas, nanopartículas e vitaminas estabilizadas graças à inovação tecnológica de ponta.

Com os principais eventos da indústria da beleza adiados para 2021, o próximo ano deverá ser um marco de inovação tecnológica para o segmento e decisivo para a recuperação financeira das empresas do segmento. Contudo, é certo que os cuidados com o bem-estar e aparência não perderam espaço com o trabalho remoto ou no novo normal– as pessoas querem se sentir bem consigo mesmas mesmo que seja para uma reunião online ou uma ida ao supermercado.

Cabe a indústria, ouvir os consumidores e se preparar para um novo posicionamento de marca.

(*) – É CEO da Yamá Cosméticos (www.yama.com.br).