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Mudar de carreira após os 50? Pode, sim!

em Mercado
quinta-feira, 20 de outubro de 2022

Miriam Rodrigues (*)

Já faz um bom tempo que as pessoas não têm a preocupação ou o objetivo em terem apenas uma mesma carreira a vida inteira e, da mesma forma, este assunto também não é mais visto, necessariamente como negativo, pelas organizações. O que mudou? Muita coisa!

As relações entre empresas e profissionais nunca estiveram tão fluidas e voláteis, o que se dá por diversos motivos, que vão desde os cenários econômicos cada vez mais instáveis que vivemos, passando pelos infindáveis processos de reestruturação das empresas e, mais recentemente, pelos aprendizados decorrentes da pandemia, que instigou ainda mais as pessoas a reverem vários aspectos de suas vidas, o que inclui aqueles relacionados à satisfação com o trabalho que realizam, como o realizam, onde e por quanto tempo.

A necessidade de se manter atualizado a vida inteira para se manter competitivo e produtivo (além das necessidades financeiras, é claro) gera novos estímulos, ao mesmo tempo em que pode abrir novas oportunidades e horizontes para aqueles que buscam conhecer o novo, arriscar, mudar a rota, o rumo. Uma descoberta fantástica nesta área é a constatação de que muitos limites foram ampliados ou deixaram de existir: se eu aprendo a vida inteira e isso pode ser, efetivamente, bom, por que não mudar?

Em que pese o fato de que a mudança de carreira não seja a ser tratado no nível superficial e que envolva aspectos relacionados a planejamento (de vida, de tempo, de recursos financeiros), este movimento é possível, desejável em alguns momentos e não possui contraindicação no que se refere à faixa etária.

Algumas pesquisas sobre este assunto demonstram que após a meia idade e após terem vivido muitas experiências no plano pessoal e profissional, algumas pessoas efetivamente desejam mudar, aprender e conhecer coisas novas, além de contribuir e até compartilhar a bagagem que já possuem. Sim, é possível mudar de carreira após os 50, 60 ou até mais. Sempre foi possível, mas o momento atual desmistificou significativamente este processo, o que, sem dúvida, é muito bom.

(*) – É Superintendente do Centro de Educação a Distância da UP Mackenzie e professora de Gestão de Pessoas, Carreiras e Comportamento Organizacional.