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Empresas Simples de Crédito são alternativa para pequenos negócios

em Mercado
terça-feira, 05 de maio de 2020

Atualmente existem 646 ESC constituídas no país. Foto: cpercon.com/reprodução

A Empresa Simples de Crédito, conhecida como ESC, tornou-se um caminho alternativo para os donos de pequenos negócios que precisam de empréstimo neste momento de crise. Além de oferecer condições mais facilitadas do que as dos bancos e outras instituições financeiras, a ESC atua com a oferta de crédito para as micro e pequenas empresas, incluindo o microempreendedor individual (MEI), em uma área limitada à sede da empresa e municípios vizinhos.

De acordo com o analista do Sebrae, Adalberto Luiz, as Empresas Simples de Crédito assumem um papel importante no movimento de apoio aos pequenos negócios que enfrentam dificuldades durante a pandemia. “O fato de atuarem de forma bem próxima aos clientes garante uma relação entre as partes muito mais amigável. Além disso, como só podem atuar no município sede e nos limítrofes, a ESC promove o desenvolvimento local, ou seja, a riqueza gerada na região é investida na própria região”, avaliou.

Levantamento feito pelo Sebrae mostra que atualmente existem 646 ESC constituídas no país, sendo que o capital disponível para operações está em torno de R$ 300 milhões. A maioria das ESC (80%) estão constituídas como microempresas, sendo que 67% delas fazem negócios com o MEI. “A ESC veio para romper uma das principais barreiras entre o empresário de micro e pequena empresa e o crédito, que é o excesso de burocracia”, destaca o presidente do Sebrae, Carlos Melles.

Em Uberlândia, o empresário Eduardo Milagre opera a primeira ESC criada em Minas Gerais, em maio do ano passado. Ele acredita que as Empresas Simples de Crédito estão segurando o mercado dos pequenos negócios durante a crise. “Estamos buscando nossa clientela para avaliar a necessidade de crédito, pois sabemos que eles estão precisando. Como conhecemos nossos clientes de perto conseguimos avaliar a situação de cada um e, até mesmo quando há alguma restrição, é possível liberar um crédito, pois acompanhamos o dia a dia da empresa”, contou.

Em média, a Milagre Empresa Simples de Crédito realiza operações que variam entre R$ 20 mil e R$ 30 mil. Recente pesquisa realizada pelo Sebrae sobre o impacto do coronavírus nos pequenos negócios, mostrou que a maioria dos donos de micro e pequenas empresas (70%) não havia buscado empréstimo e entre os que buscaram, 60% tiveram a solicitação negada.

O empresário Renato Bayer administra uma ESC em Porto Alegre desde agosto do ano passado. Ele considera que as Empresas Simples de Crédito conseguem operar negócios com mais segurança e menos burocracia por ter mais proximidades dos clientes, ao contrário dos bancos. “O empresário que procura crédito entra em contato direto comigo e rapidamente conseguimos avaliar os documentos necessários, fazer o cadastro e liberar o recurso, muitas vezes no mesmo dia, dependendo do caso”, explicou.

Desde o início da pandemia, ele observou um aumento da demanda por crédito de microempreendedores individuais (MEI). Segundo ele, o Sebrae tem um papel fundamental na orientação desses clientes, que ainda se sentem despreparados para a tomada de crédito. “Muitos perderam empregos ou buscam uma renda alternativa neste momento, mas não sabem muito bem como aplicar os recursos”, avaliou. O Sebrae oferece oferece diversas ações para orientar pessoas que desejam abrir uma ESC de forma consciente e segura (AI/Sebrae).