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Empresas optam por honrar impostos para evitar problemas

em Mercado
quinta-feira, 14 de maio de 2020

90% das clínicas e consultórios estão mantendo os impostos em dia. Foto: vallesilva.com/reprodução

A maioria dos empresários não optou pelo adiamento dos impostos proposto pelo governo como forma de minimizar o problema de caixa durante a pandemia do Covid-19. Ao menos é o que demonstra o setor de saúde. De acordo com pesquisa realizada pela DOC Concierge, empresa de serviços financeiros para médicos, que abrangeu quase 200 clínicas e consultórios de todo o país, somente 10% dos gestores optaram pelo benefício.

“A crise representou para este segmento uma forte contração das receitas. Com a quarentena, caiu pela metade o número de consultas mensais na comparação com o mesmo período do ano passado. Há dois movimentos, o próprio paciente deixa de marcar o seu acompanhamento de rotina por medo de sair de casa e os próprios médicos têm restringido a agenda para evitar que haja muitas pessoas na sala de espera ou qualquer aglomeração”, ressalta o diretor contábil da Doc Concierge, Claudio Granero.

Mesmo assim, 90% das clínicas e consultórios estão mantendo os impostos em dia por medo de adiar o desembolso e não ter recursos para honrar com o compromisso. A maioria das clínicas e consultórios que participaram da pesquisa da DOC Concierge também declarou não ter reduzido os encargos trabalhistas. O levantamento identificou que apenas 17% dos consultórios e clínicas adotaram alguma redução da carga horária ou encerramento do contrato de trabalho.

A decisão está relacionada à expectativa de que o movimento retorne ao normal gradativamente e à dificuldade de realizar novas contratações, pois este tipo de mão de obra exige uma relação de confiança entre o médico e o atendente. O governo prorrogou, por 6 meses, o prazo para pagamento dos tributos federais no âmbito do Simples, relativos aos períodos de março, abril e maio, para outubro, novembro e dezembro.

Foi autorizado também o adiamento e pagamento parcelado do depósito do FGTS dos trabalhadores. O pagamento poderá ser feito só a partir de julho, em 6 parcelas fixas. Foram adiados ainda o PIS, PASEP, COFINS e da contribuição previdenciária patronal de empresas e empregadores de trabalhadores domésticos (AI/Compliance Comunicação).