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Dark Kitchens: a era do compartilhamento chegou às cozinhas

em Mercado
terça-feira, 17 de março de 2020

Walter Rodrigues (*)

Compartilhar é a tendência do momento e não é só isso, vai muito além: é sinônimo de eficiência e redução de custos. Segmentos diversos oferecem serviços eficazes baseados no propósito de dividir e conviver, seja para locomover-se pela cidade – com os aplicativos de mobilidade que partilham carros e bikes; em uma viagem, para se hospedar em um confortável quarto de hostel; ou para trabalhar e realizar reuniões de negócios nos bem estruturados coworkings espalhados pelas grandes cidades. E essa ideia chegou também ao setor de food service.

As “dark kitchens”, estabelecimentos de serviço de alimentação que oferecem unicamente a opção de delivery, já são realidade no Brasil. O conceito, criado nos Estados Unidos, abraça o compartilhamento de uma área comum como peça-chave para o sucesso desta modalidade. Uma “dark kitchen” é uma cozinha compartilhada, um espaço onde diversos restaurantes podem operar em conjunto, cada qual dentro da sua especialidade, porém com o único objetivo de entregar online os pedidos a seus clientes.

A grande vantagem, tanto para o proprietário quanto para o consumidor, é a redução de custos e a melhora na qualidade do serviço. Quanto maior a quantidade de pedidos, maior a probabilidade de redução do valor final – vende-se mais, com mais qualidade e menor custo. “Dark kitchen” é vantagem de ponta a ponta nessa cadeia. Fica evidente que a tendência de compartilhamento, já testada e aprovada em segmentos diversos, interfere diretamente para o usuário final e para o proprietário. No ramo de comida a domicílio, a lógica é a mesma.

Além disso, as empresas que operam “dark kitchens” visam fomentar a criação de novas marcas e ideias, possibilitando, de maneira prática, que elas sejam criadas e testadas a partir do delivery e usufruindo todos os benefícios apresentados por esse novo modelo, com risco menor. Uma “dark kitchen” permite flexibilizar o cardápio, variar menus com mais segurança, maximizar o volume dos pedidos, dar um up nos lucros, tudo isso com um investimento financeiro mais otimizado.

Em grandes cidades, como Nova Iorque e Londres, pesquisas atestam que moradores mais jovens enxergam o ato de cozinhar cada vez mais como um hobby. Eles optam por receber comida em casa, em média, três vezes mais que seus pais. Além disso, e de acordo com estudo elaborado pela consultoria especializada em food service, Galunion, já existem mais de 9 mil pontos exclusivos de delivery, crescimento anual de 7,4% (entre 2014 e 2018) que representa o maior subnicho de alimentação direta ao consumidor.

É inquestionável que a tecnologia e os aplicativos de delivery ganham cada vez mais relevância e espaço na vida das pessoas, e ao desenvolver e implementar inovadores modelos e ideias de serviço, como as “dark kitchens”, as empresas estimulam e criam novos conceitos no setor de food service brasileiro, sempre alinhados à toda essa cadeia: da cozinha do restaurante até a praticidade de receber um prato de qualidade no aconchego de casa.

(*) – É Head de Dark Kitchens Rappi Brasil.