O crescimento do compartilhamento de dados no Open Finance virou pauta constante no mercado e expande em ritmo acelerado entre as pessoas no país. Sobretudo, o sistema é relacionado aos pagamentos inteligentes, as possibilidades de realização por Pix por aproximação e seu efeito disruptivo na oferta de soluções alternativas de crédito e de jornadas mais eficientes na liquidação.
O relatório do Capgemini Institute aponta que a quantidade de transações sem dinheiro vivo deve chegar a 1,650 trilhão em todo o mundo neste ano, e a ascensão de métodos de funcionamento similares ao Pix pode reduzir de 15% a 25% do crescimento futuro das transações com cartões.
Para Juan Ferrés, economista e CEO da Teros, empresa especializada em automação inteligente de processos via Mundo Open, operar Pix e pagamentos em geral sem uma solução Open Finance é ofertar um produto incompleto no mercado e deve haver o entendimento para uma escolha correta de como utilizá-lo:
“Basicamente, existem duas possibilidade para operar transações de pagamento originadas no Open Finance: tornar-se uma ITP (Iniciador de Transação de Pagamento) ou utilizar uma ITP de ‘mercado’, equivalente a uma solução BaaS para transações”.
Conforme o especialista, a diferença entre as duas possibilidades refere-se ao custo regulatório e operacional envolvido e ao tempo requerido para ser uma ITP regulada. Aspectos como confidencialidade de dados, construção de jornadas, flexibilidade de produto, transparência aos clientes, lock in e concorrência devem ser levados em conta na escolha da estratégia e do provedor.
“Pensando na escolha entre ser um player direto (regulado) e indireto (via ITP de terceiros), é importante ter em mente que as operações de Open Finance exigem consentimento dos usuários, e esse consentimento é dado à ITP regulada. Logo, na ausência de um modelo de portabilidade, escolher usar um terceiro implica em repassar esse consentimento para essa ITP.
Com os pagamentos em parcelas e a possibilidade de estabelecer jornadas sem redirecionamento, esse aspecto torna-se ainda mais crítico, visto que a autorização de uma transação se dá para o par usuário-ITP e o token de autorização fica armazenado”, complementa Juan.
No que diz respeito à escolha da tecnologia a ser usada para esse fim, o CEO alerta que muitos players escolhem um provedor de tecnologia para se tornar ITP que na prática detém o mesmo acesso aos dados que um iniciador indireto teria. Nesse caso, embora tenha-se todo o custo regulatório, a nova ITP ainda assim está compartilhando informação estratégica com seu provedor de tecnologia.
Tal aspecto traz para o entendimento de em que medida esse provedor não é um concorrente direto da operação. “Se a atividade final é pagamentos ou se a jornada proposta redireciona o cliente para um ambiente indireto, é preciso compreender o modelo de negócios do provedor de tecnologia. Uma coisa é acessar um player tecnológico, outra é confiar sua ITP para um negócio baseado em transações geradas.
Esse desenvolvimento pode conflitar diretamente com o modelo de transação da própria ITP, com a desvantagem de que esse provedor controla sua tecnologia e leva seu cliente a conscientemente operar naquela infraestrutura”, conclui Ferrés. – Fonte e mais informações: (https://teros.com.br/).