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Comércio exterior: expectativas para 2022

em Mercado
quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Zilda Mendes (*)

Diversos fatores são considerados para avaliar o desempenho econômico de um país e as expectativas para o próximo ano. Entre estes fatores, estão a inflação, a taxa de juros, os investimentos estrangeiros no país e até mesmo questões internas como uma crise hídrica, possível racionamento de energia e as instabilidades político-institucionais. No que diz respeito ao comércio exterior, acrescenta-se o desempenho econômico global.

Se comparado com os últimos anos, que tiveram estímulos monetários estatais e o retorno das atividades paralisadas por conta da pandemia, espera-se que haja uma desaceleração da economia global. A expectativa para 2022 é de que os preços das commodities e as taxas de câmbio tendem a se estabilizar, o que impacta diretamente nas exportações brasileiras. Parte das projeções indica queda nas exportações de algumas commodities, como o minério de ferro.

Quando se fala de commodity agrícola, a expectativa é de safra recorde de soja e de forte demanda, aumentando as exportações. Recentemente, foi anunciado que a China retoma as importações de proteína animal do Brasil e acena que continuará sendo o principal comprador deste produto brasileiro, o que é uma excelente notícia.
Mas não se deve ignorar a crise logística na cadeia internacional de suprimentos, que certamente continuará dificultando o comércio internacional por mais um tempo.

Sobre este aspecto, Marco Antonio da Silva, CEO do Grupo Comex Online e da Marco Silva Educacional, destacam um cenário promissor na infraestrutura do comércio exterior brasileiro, pois são previstos investimentos a partir do projeto BR do Mar, o programa de estímulo do transporte de cabotagem no Brasil. Mencionam, ainda, os investimentos a favor do SB 10, o superterminal de contêineres do Porto de Santos e o aval do governo brasileiro para a construção de ferrovias privadas.
Há previsões de que o país continue apresentando recessão técnica e de que os reflexos desta poderão atingir o comércio exterior brasileiro. No entanto, com os investimentos em infraestrutura, a modernização e desburocratização dos procedimentos e rotinas para exportar e importar, além dos relacionamentos internacionais e eventos promocionais, que certamente se intensificarão, podemos ver uma luz no fim do túnel.

(*) – É professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua nas áreas de comércio exterior e câmbio.