Leonardo Horta (*)
A pandemia do novo coronavírus trouxe, e continua trazendo, impactos negativos para grande parte das empresas brasileiras.
O que se percebeu foram as mudancas sentidas por diversos setores da economia em intensidades diferentes. Mas constatamos também que outras companhias se mostraram mais resilientes com os desafios impostos. Neste segundo grupo se encontram as consideradas essenciais ou até mesmo aquelas mais afetadas pelas regras de isolamento social.
Os impactos foram diferentes. Enquanto companhias do mesmo setor conseguiram se destacar, outras deixaram de existir, reflexo da falta de estratégia de geração de valor. De forma resumida, o valor agregado é um benefício que vai além das finalidades da mercadoria ou do serviço comprado pelo consumidor. É o que empresa pode oferecer de diferencial ao cliente, com o objetivo de melhorar a experiência dele.
Com o isolamento social imposto pela pandemia, a falta de valor agregado das empresas ficou ainda mais evidente. E o que se viu foi que muitas delas não conheciam de fato o perfil e as expectativas dos seus clientes, além de não conseguirem mensurar a sua percepção de valor.
Trazendo um exemplo simples, no momento em que foi preciso reinventar as maneiras de convivência, uma construtora preparou seus canais digitais para que a busca pela compra dos imóveis e o processo de documentação fossem feitos de maneira totalmente on-line. O investimento na experiência do usuário foi possível por meio da digitalização de seus processos, desburocratização e facilidade.
Diante disso, mesmo com os stands de vendas fechados, a empresa reportou um crescimento de vendas sabendo aproveitar o momento do mercado imobiliário de forma mais eficiente. Portanto, como menciono, tivemos empresas que conseguiram rapidamente entender que precisavam se adaptar às novas transformações impostas pelo momento de mercado, e outras que ficaram na esperança da pandemia passar ou se “digladiando” com seus problemas e ineficiências internas.
Vivemos em um mundo exponencial e não podemos pensar de forma linear. Se uma empresa está perdendo, outra está ganhando, independentemente do tamanho dela ouse ela tem dinheiro ou não. Conseguiram sobreviver nesse período pandêmico as empresas que se adaptaram com as mudanças impostas e utilizaram como diferencial o reforço do seu valor agregado.
E como está a sua empresa nesse contexto?
(*) – É sócio-fundador da Maitreya, consultoria em gestão e transformação empresarial brasileira