Presidente do Senado, Renan Calheiros. |
O presidente do Senado, Renan Calheiros, disse ontem (17) que espera que o julgamento final do processo de impeachment da presidenta afastada Dilma Rousseff no Senado seja concluído em quatro dias. Por enquanto, o que já está definido é que o primeiro dia será na quinta-feira, 25 de agosto, às 9h00. Após uma conversa no STF com o ministro Ricardo Lewandowski, que vai presidir a sessão, Renan estimou, hoje, sem incluir nos cálculos o fim de semana, que o julgamento deve durar quatro dias com o término da sessão se dando na terça-feira, 30 de agosto.
“Temos que otimizar ao máximo as sessões de quinta, sexta, segunda e terça de modo que finalizemos no mais tardar em quatro dias. Ninguém aguenta mais essa delonga”, afirmou. Para afastar Dilma Rousseff do mandato, serão necessários dois terços dos votos, ou seja, o apoio de, no mínimo, 54 dos 81 senadores. Se esse cenário se confirmar, o presidente interino Michel Temer assume definitivamente o cargo e a petista fica inelegível por oito anos. Se o mínimo necessário para o impeachment não for alcançado, ela retoma o mandato, e o processo no Senado é arquivado.
O ministro do STF, Teori Zavascki, determinou a abertura de inquérito para investigar Dilma e o ex-presidente Lula por suposta obstrução das investigações da Operação Lava Jato. Perguntado sobre a decisão do ministro, Renan minimizou o assunto. “Não acho que abertura de inquérito significa muito, apenas uma oportunidade para as pessoas se defenderem. A grande diferença entre os investigados é entre aqueles que têm o que dizer e aqueles que absolutamente não têm o que dizer”, afirmou.
Ainda sobre o assunto, o presidente do Senado, que também é investigado, ilustrou o caso com sua experiência pessoal. “Da minha parte, todo inquérito aberto para investigar alguma coisa contra mim ou citação de terceiros é oportunidade para desfazer qualquer maledicência, qualquer tentativa de acusação, como já vimos em vários processos”, disse (ABr).