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Renan diz que declaração de Janot é criminosa

em Manchete
quinta-feira, 16 de junho de 2016

Geraldo Magela/Ag.Senado

Presidente do Senado, senador Renan Calheiros.

O argumento usado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para pedir ao STF a retirada do sigilo da delação premiada do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, constitui uma declaração “criminosa”, disse ontem (16) o presidente do Senado, Renan Calheiros. Em seu pedido, Janot escreveu querer evitar “uma crise institucional” no país, após o vazamento de trechos da delação. Para Renan, Janot “assume a paternidade do vazamento” e que irá conversar com o diretor-geral da PF, Leandro Daiello, para colocar o Senado à disposição das investigações sobre o vazamento de seu pedido de prisão.
Renan criticou duramente os atos praticados por Janot, que, para ele, teriam o objeto de “expor e enfraquecer a instituição”. Após ter dito que tomaria uma decisão até a semana que vem, Renan especificou que o fará na próxima quarta-feira, com o anúncio de sua posição sobre o pedido de impeachment protocolado no Senado contra Janot.
“Há uma consciência no Congresso e no Senado de que precisamos criar condições para o presidente Michel Temer governar. O que está posto ao Brasil neste momento é o Temer, então é em torno deste governo provisório, que temos que criar uma agenda, ajudar na estabilização da economia”, disse Renan, ao voltar a afirmar que a denúncia de que teria recebido R$ 32 milhões em propinas de Machado é “mentirosa do começo ao fim, não apresenta uma prova sequer”.
Mais uma vez, Renan defendeu mudar a lei das delações, para que pessoas presas não possam prestar depoimento, pois em tais condições, o delator “compromete até a mãe, imagine um amigo”. Ele criticou também os acordos para a restituição de recursos desviados. “Não acho isso razoável, seja a que pretexto for, você encontrar R$ 1 bilhão, R$ 1,5 bilhão, R$ 2 bilhões em contas no exterior, e essas pessoas façam um acordo para devolver R$ 70 milhões, que limpe mais de R$ 1 bilhão. Acho que isso não pode acontecer” (ABr).