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Queda do Muro de Berlim completa 30 anos

em Manchete
sexta-feira, 08 de novembro de 2019

No dia 9 de novembro de 1989, o mundo mudava: caía o Muro de Berlim, um dos principais símbolos da Guerra Fria. Construído em 1961 pelo regime da República Democrática Alemã (RDA), o muro dividia Berlim Ocidental de Berlim Oriental, rachadas pelo comunismo e pelo capitalismo. Um muro de 155 km de concreto e arame farpado era a fronteira que separava famílias, amigos e sonhos.

Na Berlim Ocidental, as pessoas podiam viajar para qualquer lugar sem nenhum impedimento. Mas, na Oriental, as restrições de locomoção e liberdade individual vigoravam. Foi um anúncio na noite de 9 de novembro que mudou tudo. Em uma coletiva de imprensa, o porta-voz do governo da RDA, Günter Schabowski, recebeu uma pergunta do então correspondente da agência ANSA Riccardo Ehrmann cuja resposta levou à queda do muro.

“O porta-voz falou das coisas feitas, dos méritos do regime, e também admitiu que talvez tivessem cometidos erros. Peguei isso como gancho. Levantei a mão para fazer uma pergunta e disse: ‘senhor Schabowski, vocês falaram de erros. Não acreditam que erraram em apresentar uma nova legislação para as viagens que, na prática, não mudou nada?”, disse o ex-correspondente.

Em resposta, Schabowski fez o tão aguardado anúncio de liberdade de trânsito na Alemanha Oriental. “Ele tirou do bolso um folheto e começou a fazer o anúncio que os cidadãos da Alemanha Oriental poderiam viajar livremente sem necessidade de passaporte e visto de entrada e retorno, o que, até aquele momento, era obrigatório”, contou Ehrmann.

“Aí eu fiz mais duas perguntas: ‘Vale também para a Alemanha Ocidental?’, ‘Sim’, ele respondeu, ‘para todas as fronteiras’. ‘E a partir de quando?’. O porta-voz contou que aquela informação não estava no folheto, mas, ‘certamente, seria a partir daquele momento'”, relatou o jornalista, que ganhou de presente a cópia do folheto em 2002, do próprio Schabowski. Imediatamente, os moradores da Alemanha Oriental saíram às ruas para comemorar a história decisão (ANSA).