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Presidente do BC: Juros baixos ‘precisam chegar’ ao consumidor final

em Manchete
terça-feira, 06 de agosto de 2019
Juros temporario

Juros temporario

Presidente do BC, Roberto Campos Neto.

Foto: Marcelo Camargo/ABr

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse ontem (6), ao participar, em Brasília, de evento organizado pelo jornal Correio Braziliense, que é preciso fazer com que os juros baixos cheguem na ponta, ao consumidor final, e que o cheque especial e o rotativo do cartão de crédito ainda têm juros muito altos. “O grande vilão de hoje são cheque especial e rotativo do cartão”, enfatizou.
“Quando o banco disponibiliza um limite para alguém tomar dinheiro no cheque especial, há um consumo de capital para o banco. Quem tem mais dinheiro na conta, vai ter um limite de cheque especial maior, logo vai consumir mais capital. Quem usa o produto é basicamente a pessoa que ganha até dois salários mínimos. Basicamente, quem está na parte de baixo da pirâmide está pagando para quem está em cima”, afirmou, destacando que os juros do cheque especial estão em cerca de 320% ao ano.
Ele disse que tem conversado com os bancos para encontrar soluções para esse problema. Estudo do BC apresentado por Campos Neto revela que, quanto maior a renda do tomador, menor seu comprometimento de renda com o cheque especial. Entre os que ganham até dois salários mínimos, o comprometimento é de 2,75%. Esse percentual sobe para 21,1%, quando se consideram os 10% mais endividados. Para quem ganha entre dois e cinco salários mínimos, o comprometimento de renda fica em 1,62% e aqueles com renda entre cinco e 10 salários mínimos, 1,21%.
Com relação à indústria de cartões, o presidente do BC disse que houve “grande evolução” e que a concentração do mercado “diminuiu bastante”.
De acordo com Campos Neto, a inadimplência é o principal fator para que o crédito ainda seja caro no Brasil. Ele explicou que isso ocorre porque faltam informações sobre o tomador de crédito, o que eleva a taxa, e que há demora na recuperação do crédito quando há inadimplência, na comparação com outros países. Na sua avaliação, o Cadastro Positivo e a implementação do open banking vão diminuir esse problema (ABr).