Presidente do STF, Dias Toffoli, defendeu a atuação da Operação Lava Jato. Foto: Antonio Cruz/ABr |
O presidente do STF, Dias Toffoli, defendeu ontem (12) a atuação da Operação Lava Jato e disse que a operação só existe porque é fruto da institucionalidade, citando leis sobre o combate à corrupção. “A Lava Jato só existe graças ao STF. O que não se pode permitir na República é que se apropriem das instituições”. Ele abordou o tema “O Papel do Judiciário no Novo Momento do Brasil” para mais de 500 pessoas no almoço-debate do Grupo Lide que contou com a presença de CEOs, presidentes e demais lideranças corporativas, além de autoridades públicas em São Paulo.
O ministro elogiou ainda a sugestão de inclusão do Coaf no Banco Central, tirando o órgão da disputa entre Ministérios da Justiça e da Economia. “O que impede que um ministério apure, investigue ou fiscalize”. Toffoli voltou a reforçar seu objetivo ao assumir a presidência do STF. “Fazer que o judiciário voltar a cuidar do passado e o executivo e legislativo cuidar do presente e do futuro. O judiciário julga o que aconteceu no passado, não é o judiciário que vai determinar o futuro da economia e da sociedade”.
O ministro lamentou que ‘tudo vai parar no judiciário’ porque ‘tem atores que estão legitimados a provocar o judiciário’. “Se tudo vai parar no judiciário é um fracasso dos outros setores da sociedade”, completou Toffoli, ao destacar que o judiciário, ‘por conta da nossa Constituição extensa’, assumiu o protagonismo. “É necessário que a sociedade assuma as suas responsabilidades nas soluções”.
“O Judiciário tem que cuidar do passado, essa é a minha visão, que nada mais é do que a clássica visão da divisão do poder da sociedade e do estado, são funções que têm as suas respectivas competências”. O ministro disse que é preciso destravar o Brasil. “O que temos que fazer? Dar aquilo que o povo pediu, vamos destravar o Brasil. Esse processo se sintetiza no número de votantes na Reforma da Previdência, 375 votos favoráveis para a reforma” (ABr).