125 views 3 mins

‘Onda de calor’ no inverno reduz cobertura de gelo no Ártico

em Manchete
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017
Divulgação

Divulgação

A cobertura de gelo no Polo Norte não conseguiu se recuperar, nem durante o inverno.

Genebra – A cobertura de gelo do Ártico registra seu menor tamanho para os meses de inverno, em um sinal de que o período mais frio do ano no hemisfério Norte não tem sido suficiente para permitir que o continente recupere sua camada de gelo. Os dados foram publicados na sexta-feira (17), pela Organização Meteorológica Mundial, um braço da ONU. Em 2016, a entidade já havia alertado que o ano havia sido o mais quente da história.
Mas dados sobre janeiro de 2017 e o início de fevereiro revelam que a cobertura de gelo no Polo Norte não conseguiu se recuperar, nem durante o inverno. “O Ártico está vivenciando um calor excepcional”, indicou o organismo. Os dados, coletados pela Nasa, apontam que, em média, a temperatura do mês de janeiro no planeta foi a terceira mais elevada para essa época do ano, superada apenas por janeiro de 2016 e janeiro de 2007. Em média, as temperaturas ficaram 0,88°C acima da média do século XX.
Segundo os cientistas, a elevação ocorre no mesmo momento em que as concentrações de CO2 atingem novos recordes, mesmo depois de anos de políticas ambientais para reduzir as emissões. De acordo com os dados, o Ártico registrou apenas em 2017 três “ondas de calor”. Em uma delas, os termômetros subiram para quase zero grau, uma anomalia no Polo Norte durante o inverno. No arquipélago de Svalbard, no Norte da Noruega, os termômetros registraram 4,1°C no dia 7 de fevereiro. No posto de observação mais ao norte do mudo, em Kap Jessup (Groenlândia) as temperaturas passaram de -22°C para 2°C em apenas doze horas entre os dias 9 e 10 de fevereiro.
“Essas temperaturas são muito alarmantes”, disse David Carlson, diretor de pesquisas da entidade mundial. “A taxa de mudanças no Ártico está empurrando as ciências climáticas para seus limites”, admitiu. Parte do fenômeno de calor no Polo Norte acabou gerando, pela Europa, um dos invernos mais duros dos últimos cinco anos (AE).