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Na Itália, Dilma denuncia ‘golpe’ e defende democracia

em Manchete
sexta-feira, 27 de janeiro de 2017
Euronews

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Dilma no seminário internacional “La Solitudine della Democrazia”, em Lecce.

A ex-presidente Dilma Rousseff foi a convidada de honra na sexta-feira (27), do seminário internacional “La Solitudine della Democrazia” na Universidade de Salento, em Lecce, na região italiana da Púglia, que tratou do tema da “erosão das democracias contemporâneas”. Em seu discurso, que foi presenciado também pelo ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, Dilma defendeu a democracia e voltou a denunciar o que chama de “golpe de Estado” no Brasil.
“Na estratificação da sociedade brasileira, o impeachment faz parte de um processo que traz parte do passado [à tona] e, ao mesmo tempo, cria uma situação bastante grave. […] Vivemos em um momento extremamente propício para o golpe parlamentar que ocorreu”. A ex-mandatária disse que o “golpe” foi causado por duas grandes razões. Para ela, a primeira eram políticos que queriam derrubá-la para que não fossem investigados em casos de corrução e que decidiram trai-la.
“Trata-se de partes do movimento democrático brasileiro [PMDB], que fazia parte da minha coalizão, que se despregou do governo e se aliou à oposição, que nós tínhamos derrotados por quatro eleições consecutivas, o PSDB”, afirmou Dilma. Já a segunda razão do impeachment seria que esses políticos queriam “criar limites nos quais o Brasil teria que se restringir tanto econômica quanto geo-politicamente”.
Dilma também disse que a população acabou, em parte, aceitando o seu impeachment devido à crise econômica mundial que atingiu todos os países, mas que chegou aos países emergentes, como o Brasil, no terceiro trimestre de 2014 e que piorou em 2015, segundo ela. Para justificar isso, a ex-presidente leu um trecho da obra do economista norte-americano Milton Friedman o qual fala que, durante uma crise, “o politicamente impossível se torna o politicamente aceitável” (ANSA).