Foto: Antonio Cruz/ABr O ex-presidente Michel Temer e o ex-ministro Moreira Franco. |
O ex-presidente Michel Temer, o ex-ministro Moreira Franco e mais sete pessoas foram denunciados na sexta-feira (29) pelo Ministério Público Federal (MPF) ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal no Rio. São acusados de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro na Eletronuclear, levantados na Operação Descontaminação. Nas duas denúncias, o desvio calculado é de R$ 18 milhões das obras de Angra 3, além de pagamento de propina de
R$ 1,1 milhão.
Temer já é réu em processo por corrupção envolvendo a JBS. Se a Justiça Federal aceitar a nova denúncia, o ex-presidente também será réu em processo de origem na Operação Lava Jato. No Rio, procuradores partiram da delação do empresário José Antunes Sobrinho, da construtora Engevix. A força-tarefa cruzou as informações com e-mails do ex-presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro, que também foi denunciado.
Os crimes envolvem a contratação irregular da empresa finlandesa AF Consult Ltda, da Argeplan e da Engevix, para a execução de contrato de engenharia eletromecânico, da usina nuclear de Angra 3, apropriando-se de quase
R$ 11 milhões dos cofres públicos. Os pagamentos ocorriam por meio de empresas como a Construbase Engenharia, que repassava valores para a PDA Projetos, pertencente ao coronel Lima, tendo como beneficiário final o ex-presidente Temer.
“A peça é muito robusta e demonstra como era feito o esquema. Em um dos e-mails, o presidente da Eletronuclear pede ao coronel Lima a nomeação de um diretor. O fato demonstra que quem mandava na empresa era o Temer, por meio do coronel Lima”, disse o procurador regional Eduardo El Hage, integrante da força-tarefa da Lava Jato no Rio. As defesas dos acusados negam envolvimento em atividades criminosas (ABr).