Desembargador federal Carlos Thompson Flores, presidente do TRF4. |
O julgamento do ex-presidente Lula em segunda instância será menos polarizado, segundo o desembargador federal Carlos Thompson Flores, presidente do TRF4, com sede em Porto Alegre. “É natural que na primeira instância [o processo] centralize um pouco na figura do juiz que lá está. É ele quem faz toda a instrução, ouve as testemunhas, produz provas periciais”, avaliou Flores. “O tribunal vai examinar toda a matéria e toda a prova produzida no primeiro grau, e não realizar uma nova instrução. Como são três julgadores, isso se dilui entre eles. Eu acredito que não haverá essa polarização”, completou.
Cabe agora à defesa do ex-presidente peticionar ao TRF4 manifestando a intenção de recorrer da sentença de Moro.
O ex-presidente Lula já declarou a intenção de se candidatar novamente ao cargo de Presidente da República nas eleições do ano que vem. Uma condenação em segunda instância nesta ação penal da Lava Jato, no entanto, caso ocorra, pode deixar Lula inelegível até o dia 15 de agosto de 2018 — quando termina o prazo para registro de candidaturas. Flores acredita que até esta data o TRF4 terá decidido se Lula é culpado ou inocente: “A média de tempo de julgamento desses processos no nosso tribunal tem sido de 10 a 11 meses. Com base nessa média, eu acredito que até agosto do ano que vem o processo já estará julgado”.
O desembargador ressaltou, no entanto, que os trabalhos da 8ª Turma devem levar o tempo que for necessário para que todos os pormenores do caso sejam avaliados de forma satisfatória. “O tribunal já julgou 701 processos da Operação Lava Jato. E tem feito isso num prazo relativamente exíguo, dentro da responsabilidade que exige o exame de todas as questões”, ponderou o presidente do TRF4 (ABr).