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Janeiro teve a 12ª queda consecutiva do emprego na indústria, diz CNI

em Manchete
terça-feira, 01 de março de 2016

Arquivo/ABr

As horas trabalhadas cresceram 2,9% e o faturamento teve alta de 1% em janeiro.

Brasília – Com a indústria completando um ano de quedas mensais consecutivas no nível de emprego, o gerente-executivo de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, avaliou ontem (1º), que a situação delicada que o setor viveu em 2015 não dá sinais de melhora. Na opinião do técnico, dados de queda com dois dígitos em diversas áreas, na comparação com janeiro do ano passado, mostram a profundidade da contração.
Para ele, dados como o das horas trabalhadas, que subiu 2,9% em janeiro frente a dezembro, podem ser considerados pontuais. “É preciso ter mais observação para ver se teria chegado ao fundo do poço, para começar uma melhora. Não creio que seja isso”, disse.
Segundo ele, a utilização da capacidade instalada (75,9%), que bateu o menor nível da série histórica iniciada em 2002, indica que os investimentos na indústria vão demorar a recuperar.
“Se a demanda reaparecer, com o grau de ociosidade que temos, essas empresas primeiro irão reduzir seus estoques, depois voltar a ter produção no ritmo normal para, se a demanda se sustentar, começar o estímulo para investimento”, afirmou. Com o quadro ruim, Castelo Branco informou que a CNI espera uma retração de 5% no PIB industrial de 2016. “Não vemos nenhuma melhora, nem para o segundo semestre”, disse.
Na véspera de mais uma reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), Castelo Branco disse que o Banco Central tem limitações diante de uma “política fiscal frouxa”. “O Banco Central precisa de uma contribuição mais forte da política fiscal, que segue expansionista”, defendeu ele, que acredita na manutenção da taxa Selic em 14,25% ao ano. Para ele, o País já vive um momento recessivo, com inflação motivada principalmente por expectativas de indexação e ajuste de preços administrados. “Na última reunião o BC foi correto em não elevar juros, agravaria o quadro recessivo, teria o impacto de deteriorar ainda mais as contas fiscais, com os encargos sobre a divida”, disse (AE).