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FHC: país vive Estado Democrático de Direito

em Manchete
segunda-feira, 18 de abril de 2016

Divulgação

Ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem (18) que o Brasil vive “um Estado Democrático de Direito”, fato que pôde ser comprovado por meios das manifestações populares contra e a favor do impeachment da presidenta Dilma Rousseff. “O povo está nas ruas, está maduro e, mesmo passando por um momento difícil, não houve conflito. Isso é muito importante e[mostra que] o sentimento democrático está se enraizando”, afirmou.
FHC fez a afirmação após participar ontem do debate “O Estado de Direito no Brasil”, organizado pela FGV . Disse que “é preciso evitar o isolacionismo, ter calma porque o Brasil é de todos e não é hora de “jogar pedras uns nos outros”.
Ele considera que o país tem problemas sérios a serem resolvidos não só na economia como na política e nas questões sociais e, para atingir condições adequadas de governabilidade, será necessário dar continuidade às apurações em torno da Operação Lava Jato e de outras “doa a quem doer”.
Observou que chegará o momento em que o STF terá que opinar a respeito, mas, sempre seguindo o cumprimento da lei. No encontro, FHC criticou as negociações políticas afirmando que o país vive um presidencialismo de cooptação, sistema favorecido, na visão dele, pelo grande número de agremiações partidárias que, no Congresso, somam 25. Também rebateu as argumentações dos partidos e movimentos sociais em apoio à presidenta Dilma Rousseff, segundo as quais o processo de abertura do impeachment tenha surgido de modo espúrio, a partir de um conluio da oposição ao governo.
“É preciso juntar forças para manter a liberdade, o respeito e não insistir numa coisa que não é verdadeira. Não há golpe nenhum. Ocorreu tudo dentro da lei, segundo o rito da Constituição”, afirmou. Perguntado sobre a possibilidade de novas eleições, FHC alertou que isso viria quebrar os preceitos da Constituição. “Fora da Constituição é sempre perigoso. Já é ruim passar pelo impeachment. Você imagina criar mais uma regra que não está na Constituição”, finalizou (ABr).