Com os rendimentos comprometidos por causa da queda dos juros, o interesse na caderneta de poupança diminuiu em 2019. No ano passado, os investidores depositaram R$ 13,23 bilhões a mais do que sacaram na aplicação, informou ontem (7) o Banco Central. Isso representa queda de 65,2% em relação à captação líquida (depósitos menos retiradas) de R$ 38,26 bilhões registrada em 2018.
A maior parte da captação líquida ocorreu em dezembro. Os investidores depositaram na caderneta R$ 17,21 bilhões a mais do que retiraram, compensando a retirada líquida em outros meses. Esse foi o melhor resultado para meses de dezembro desde 2017, quando a poupança tinha registrado captação líquida de R$ 19,37 bilhões. Por causa do pagamento do décimo terceiro, o último mês do ano tradicionalmente registra depósitos elevados na poupança.
Até 2014, os brasileiros depositavam mais do que retiravam da poupança. Naquele ano, as captações líquidas chegaram a R$ 24 bilhões. Com o início da recessão econômica, em 2015, os investidores passaram a retirar dinheiro da caderneta para cobrir dívidas, em um cenário de queda da renda e de aumento de desemprego.
Com a Selic em 4,5% ao ano, o investimento está cada vez rendendo menos. De janeiro a dezembro, a aplicação rendeu 4,26%. Caso a inflação em 2019 feche em 4,13%, conforme as previsões do Boletim Focus, a poupança terá rendido apenas um pouco mais que a inflação no ano passado. Com a atual fórmula de rendimento, a poupança renderá 3,15% em 2020, caso a Selic permaneça em 4,5% ao longo de todo este ano (ABr).