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Brasil pode se tornar um dos grandes exportadores de petróleo

em Manchete
quarta-feira, 20 de junho de 2018
Petrobras/Divulgação

Petrobras/Divulgação

Cálculos indicam que, em 2026, o Brasil pode atingir 5,2 milhões de barris de petróleo (óleo e gás) por dia.

O Brasil poderá ser um dos cinco maiores exportadores de petróleo em 2026. A expectativa do diretor de Estudos da Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE), José Mauro Ferreira Coelho, se baseia na combinação do crescimento da produção com a falta de expansão da área de refino no país. O aumento da produção tem se repetido e a perspectiva é que prossiga neste ritmo nos próximos anos. Em 2026, o país vai atingir 5,2 milhões de barris de petróleo (óleo e gás) por dia, enquanto o parque de refino tem capacidade de processar cerca de 2,2 milhões de barris.
“O que a gente vê no horizonte de dez anos é uma dificuldade em novos investimentos de refino e que nós estaremos exportando algo em torno de 3 milhões de barris de petróleo em 2026. Além de ser um grande produtor, nós seremos um grande exportador, com 3 milhões de barris de petróleo por dia. Isso fará com que o Brasil esteja entre os cinco maiores exportadores de petróleo do mundo. Estaremos atrás apenas da Arábia Saudita, Rússia, Iraque e Canadá”, disse.
“Sem dúvida, o Brasil vai ter ainda uma participação bem maior neste mundo do petróleo do que a que ele tem atualmente e do que está sendo projetado pela Agência Internacional de Energia para 2018. Pode subir mais no ranking”, afirmou o diretor da EPE. O Brasil começa a ter uma importância relevante na geopolítica mundial do petróleo. “Dentro dos países produtores, o Brasil começa a ter uma importância maior no jogo do petróleo no mundo, e também nessa balança entre oferta e demanda de petróleo”, afirmou.
O executivo destacou, no entanto, que, como não faz parte da Opep, o Brasil não precisa se submeter aos limites adotados por integrantes deste grupo. “Eles impõem aos associados limites de cotas de exportação. Como o Brasil não faz parte dessa associação, ele não tem nenhum limite de cota de exportação estabelecido. O Brasil não tem que conversar com ninguém sobre a sua produção de petróleo ou a sua exportação de petróleo, o que pensa em produzir ou exportar”, completou.
Mesmo com perspectivas positivas, o diretor alertou para a necessidade de o país investir mais em parques de refino para reduzir a importação de derivados, como GLP, nafta, óleo diesel, querosene de aviação e gasolina (ABr).