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Battisti confessa pela primeira vez participação em homicídios

em Manchete
segunda-feira, 25 de março de 2019
Battisti termproario

Battisti termproario

Chegada de Cesare Battisti em Roma, em 14 de janeiro.

Foto: ANSA

Cesare Battisti, ex-integrante do grupo terrorista Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), admitiu pela primeira vez sua participação nos quatro homicídios pelos quais foi condenado à prisão perpétua. Ele confessou os crimes perante Alberto Nobili, que coordena o órgão antiterrorismo do Ministério Público de Milão, pouco mais de dois meses depois de ter sido extraditado à Itália para cumprir sua pena.
Segundo Nobili, a admissão confirma tudo o que está na sentença contra Battisti, incluindo os quatro homicídios e “uma maré de roubos e furtos para autofinanciamento”. “Eu falo apenas de minhas responsabilidades, não delatarei ninguém. Estou ciente do mal que fiz e peço desculpas aos familiares [das vítimas]”, afirmou Battisti, de acordo com o procurador, que acrescentou que a confissão é um “reconhecimento importante ao trabalho dos magistrados”.
Nobili é responsável pelo inquérito que investiga as supostas ajudas recebidas por Battisti em seu período de fuga. Em sua admissão de culpa, o italiano disse ao procurador que usara suas declarações de inocência para “obter apoios da extrema esquerda na França, no México, no Brasil e do próprio Lula”. “Não tive nenhuma cobertura oculta”, acrescentou.
Battisti ainda afirmou que já sabia que as coisas mudariam para ele com a ascensão de Jair Bolsonaro. O italiano também garantiu que não cometeu nenhum crime para se manter no Brasil, onde trabalhou inclusive como porteiro. A confissão foi feita no último fim de semana, na penitenciária da Sardenha onde ele cumpre pena de prisão perpétua. “Battisti admitiu ter participado diretamente dos quatro homicídios, sendo que foi o executor material em dois deles”, reforçou Francesco Greco, chefe do Ministério Público de Milão (ANSA).