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Banco Central ‘não está satisfeito’ com ritmo de queda dos juros do crédito

em Manchete
terça-feira, 10 de abril de 2018
Marcos Oliveira/Ag.Senado

Marcos Oliveira/Ag.Senado

Presidente do BC, Ilan Goldfajn, em audiência no Senado.

Os juros do crédito e o spread bancário estão em tendência de queda, em consistência com a redução da taxa básica de juros, a Selic. A avaliação é do presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos, no Senado. “Queremos que a redução seja mais rápida, para que tenhamos logo crédito mais barato para famílias e empresas”, disse Ilan, ao argumentar que “esse é um assunto da maior importância” para o BC. “O objetivo é atacar, de forma estrutural, não voluntariosa, todas as causas que tornam o custo de crédito alto no Brasil”.
O presidente do BC acrescentou que a instituição tem atuado para enfrentar essas causas: custo operacional e regulatório do sistema financeiro, a falta de boas garantias, a necessidade de mais informação no sistema, os subsídios cruzados (parte dos clientes bancários, como os depositantes de caderneta de poupança e tomadores de crédito com juros mais altos, estariam bancando empréstimos mais baratos, como o imobiliário e o rural), os altos compulsórios [parte do dinheiro depositado que os bancos são obrigados a recolher ao BC] e a necessidade de estimular a concorrência.
O presidente do BC destacou medidas já adotadas para reduzir o custo do crédito, como a melhora de garantias por meio da regulamentação da Letra Imobiliária Garantida. Goldfajn também citou a recente redução de compulsórios, o que diminui custos para os bancos, e a criação da Taxa de Longo Prazo (TLP), mais alinhada com os juros do mercado. “A TLP incentiva o financiamento privado de longo prazo e o desenvolvimento do mercado de capitais”, disse.
Goldfajn citou ainda as alterações no rotativo do cartão de crédito, limitado a 30 dias, e as alterações no cheque especial, anunciadas ontem(10) pela Febraban, com medida de auto-regulação. “Por serem produtos de taxas mais elevadas, no Brasil e no mundo, o BC está trabalhando em medidas para reduzir o seu custo”, disse Golfajn, ao afirmar que é preciso também haver o “empoderamento das instituições pequenas e médias” para aumentar a competição no sistema financeiro (ABr).